Bispos africanos apresentam pedido diante da UA como observadores
Cotonou (RV) - Representantes dos bispos africanos do Simpósio das Conferências
Episcopais de África e Madagascar (SECAM) reuniram-se na semana passada com o presidente
da União Africana (UA), Thomas Yayi Boni.
Boni, que é também presidente do
Benim, condenou “a intolerância religiosa que assume dimensões políticas na África”.
Para ele, “a maior parte dos desafios que a África tem de enfrentar são causados pela
falta de respeito pela liberdade de religião e de pertença política, à falta de boa
governação, democracia e eleições justas e transparentes”.
A delegação episcopal
era presidida pelo Bispo de Atakpamé, Dom Nicodème Anani Barrigah-Benissan, Presidente
da Comissão Justiça e Paz do Togo. Uma nota oficial do SECAM resume os conteúdos do
encontro, que teve lugar em Cotonou, Benim, em 10 de maio. Os bispos pediram a concessão
do status de observadores junto à União Africana, tendo em conta “o contributo notável
da Igreja e o papel que ela desempenha em matéria de desenvolvimento na África no
campo da educação, agricultura, saúde e em outros âmbitos socioeconómicos”.
O
presidente Yayi Boni garantiu que apresentará o pedido na próxima cúpula da UA, que
terá lugar em julho, no Malauí. Ao mesmo tempo, os bispos africanos deixaram um apelo
para que se promovam “eleições justas e transparentes”, sugerindo que seja promovida
uma campanha em todos os países do continente, para que seja ratificada a «Carta Africana»
sobre a democracia, as eleições e a boa governança. Por sua vez, Yayi Boni convidou
o SECAM a participar na conferência organizada pelo CELAM (Conselho Episcopal da da
América Latina e do Caribe) e pela Caritas Internacional, à margem do encontro das
Nações Unidas Rio+20, sobre desenvolvimento sustentável, de 20 a 22 junho, no Rio
de Janeiro.