Cidade do México (RV) - O sacerdote Alejandro Solalinde, que se transformou
num símbolo da defesa dos imigrantes no México, deixou o país depois de ter recebido
ameaças de morte durante as últimas semanas – conforme informou Guadalupe Rodríguez,
encarregada da administração do albergue "Hermano en el Camino" de Ixtepec, Oaxaca
(sul), do qual o padre é diretor.
Ainda segundo a ativista, Pe. Solalinde
deixou o país há 15 dias, por recomendação da Pastoral de Mobilidade Humana da Conferência
do Episcopado Mexicano. “Sua retirada é temporária” – disse ela, explicando que o
padre, de onde está, se mantém informado sobre tudo o que está acontecendo no albergue,
que dirige há 7 anos.
Localizado em Ixtepec, perigosa rota do tráfico de imigrantes,
o albergue está sendo administrado por uma equipe de 4 pessoas. Na beira da linha
do trem, a estrutura recebe a cada dia de 150 a 200 imigrantes, em maioria centro-americanos
em caminho para os EUA em busca de comida e refúgio.
Pe. Solalinde contava
com a proteção pessoal de policiais federais desde dezembro de 2010, quando foi ameaçado
depois de denunciar o sequestro de pelo menos 60 imigrantes que atravessavam de trem
o Estado de Veracruz (leste do país).
A Comissão Nacional de Direitos Humanos
(CNDH) documentou em fevereiro de 2011 que nos últimos seis meses foram sequestrados
no México mais de 11.000 migrantes. (CM)