(12/05/2012) Trafico de seres
humanos. Entre os dramas do nosso mundo este é um dos mais horrendos. Como é que se
pode chegar a tanta degradação moral para se considerar as outras pessoas como puros
objectos a explorar, reduzindo-as à escravidão e abusando delas para daí conseguir
dinheiro? É um mistério. Não apenas um mínimo de respeito pela dignidade do outro
desaparece, mas também qualquer rasto de sensibilidade humana. Dizem que por volume
de negócio, só o tráfico de armas supera aquele de seres humanos. E as novas tecnologias
de informação são usadas largamente para favorecerem este negócio a nível internacional. Fez
muito bem, por isso mesmo, o Conselho Pontifício Justiça e Paz ao receber um encontro
em que a Conferência Episcopal Inglesa discutiu com um público bastante amplo de organizações
eclesiais, a sua experiência de empenho contra esta praga terrível, em colaboração
com as instituições públicas de polícia de luta contra o crime organizado. O testemunho
de uma jovem que foi arrastada por engano para o mundo da prostituição perturbou as
pessoas presentes e confirmou – como no caso do abuso de menores – que o empenho concreto
de quem quer verdadeiramente lutar contra as raízes do mal tem que partir da partilha
pessoal e profunda do sofrimento das vítimas. É, no redescobrir as vias de uma relação
pessoal que reconheça e faça reviver a presença e a dignidade da alma nos corpos violentados,
que está o contributo dos crentes. Um contributo de que as próprias forças policiais
sentem absoluta necessidade, para que a sua luta consiga atingir o resultado de libertação
e renascimento das vítimas. As religiosas estão, necessariamente, na primeira linha
deste trabalho, porque são mulheres e mais livres de assumirem o risco altíssimo deste
serviço. A Igreja, tem que colocar à disposição a sua experiência em humanidade
e cura espiritual e também a sua presença internacional para colaborar com os que
combate as mais difíceis batalhas contra o mal no mundo.