Presidente União Africana recebe delegação do SCEAM

(11/05/12) O Presidente do Benin, Yayi Boni, actualmente Presidente de turno da União Africana, recebeu ontem 10 de Maio, em Cotonou, uma delegação do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais Africanas.
Encabeçada por D. Nicodéme Barrigah-Benissan, Presidente da Comissão Episcopal togolesa, Justiça e Paz, em representação do Cardeal Policarpo Pengo, Presidente do SCEAM, a delegação que levava uma mensagem de solidariedade e felicitações pelo cargo que Yayi Boni ocupa actualmente à frente da UA, enfrentou com ele diversas questões relacionadas com a boa governação, o bem comum e a transição democrática em África.

Nas palavras que dirigiu à delegação o Presidente da União Africana deplorou a marginalização da África pelo Conselho de Segurança da ONU e pelos países do G20, nomeadamente no que foi a decisão de intervir militarmente na Líbia, o que disse, está hoje a contribuir para a instabilidade politica não só na África do Norte como também em diversos países da África sub-sahariana, como Mali, Guiné-Bissau, Nigéria, etc. Se a UA tivesse sido ouvida e seguida, teria certamente gerido a situação de forma a poupar à África muitas das situações que está hoje a viver – disse Yayi Boni, considerando que cerca de 90% das questões debatidas pelas organizações internacionais dizem respeito, de alguma forma, ao continente africano, mas que a África não é chamada a dar a sua opinião sobre si própria.

Respondendo ao premente apelo do SCEAM no sentido de se realizarem eleições livres, transparentes e democráticas em África, Yayi Boni respondeu que isto está em plena sintonia com o espírito da UA. Ele condenou sem reservas a intolerância religiosa que está a assumir uma dimensão política em África e disse que muitos dos desafios que o continente enfrenta tem que ver com a falta de respeito pelas religiões, pelas diferenças políticas e pela falta de boa governação e eleições correctas.
Questões essas que preocupam o SCEAM, o qual fez, há já algum tempo, o pedido de um assento como observador na União Africana. Pedido que Yayi Boni considerou legítimo e que, na sua opinião, não há razões para não receber uma resposta positiva, pois que a Igreja e o Estado desempenham papeis complementares no desenvolvimento integral da África. Ele assegurou, por isso, que vai pôr esta questão na agenda dos trabalhos da próxima reunião da UA a ter lugar em Julho no Malawi.

Prometeu também fazer apelo aos seus pares a fim de que, tal como vem insistindo o SCEAM, a Carta Africana sobre a Democracia, Boa Governação e Eleições Livres seja ratificada por todos os países africanos e posta em prática.
Thomas Yayi Boni que recebera em Novembro passado Bento XVI quando foi entregar à Igreja em África a Exortação Apostólica pós –sinodal “Africae Munus”, informou a delegação do SCEAM do encontro informal que teve já com os seus pares na UA para lhes falar do conteúdo dessa Exortação sobre o empenho da Igreja a favor da paz, da justiça e da reconciliação em África.
O Presidente Yayi Boni foi convidado pelo SCEAM a presidir à Conferência que está a organizar juntamente com o CELAM, a Caritas Internationalis e a Aliança das Organizações Católicas Internacionais de Desenvolvimento (CIDSE), conferência a ter lugar no Rio de Janeiro, Brasil,9 de 20 a 22 de Junho próximo como parte da advocacia da Igreja a favor do desenvolvimento sustentável.