Papa condena atentados na Síria: necessário compromisso conjunto da comunidade internacional
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa, junto à comunidade católica inteira, expressa
"uma firme condenação e a comovida proximidade" às famílias das vítimas dos "trágicos
atentados que nesta quinta-feira ensangüentaram as ruas de Damasco" – capital da Síria.
É o que afirma o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
"Esses
atentados – afirma o porta-voz vaticano – deveriam levar todos a um reforçado compromisso
na aplicação do plano Annan, que foi aceito pelas partes em conflito. Ademais, os
atentados desta quinta-feira demonstram que a situação na Síria requer um empenho
conjunto e decidido por parte de toda a comunidade internacional a fim de que se aplique
esse Plano e sejam enviados outros observadores o mais rápido possível. Torna-se cada
vez mais atual o apelo feito pelo Santo Padre no dia de Páscoa: é necessário tomar
sem mais tardar o caminho do respeito, do diálogo e da reconciliação" – conclui Pe.
Lombardi.
Nestas horas, as autoridades de Damasco e a oposição atribuem um
ao outro as responsabilidades pelos dois atentados que causaram 55 mortos na capital,
deixando cerca de 300 feridos. Após a dura condenação da ONU, nesta sexta-feira também
a China critica fortemente a violência terrorista. A resposta repressiva dos militares
e da polícia causou outras vítimas – ao menos 20 – no centro e no noroeste do país.
O
Núncio apostólico na Síria, Dom Mario Zenari, declarou à agência missionária Misna:
"a violência gera violência e o que aconteceu em Damasco é uma página triste e dolorosa
de um conflito que com o passar do tempo se torna cada vez mais difícil de resolver".
"A
impressão – explicou o arcebispo – é que os atentados perpetrados são instrumento
de uma força que pretende comprometer os esforços de paz feitos neste momento, sobre
os quais a população depositou muita confiança." A notícia de armas que continuam
chegando à Síria preocupa ulteriormente o núncio no país.
O fundador do Mosteiro
sírio de Deir Mar Musa, o sacerdote jesuíta Paolo Dall'Oglio, fala de dor e desconcerto
por parte da população. Por outro lado, o Patriarca melquita Gregorios III Laham fala
de "barbárie sem precedentes" e lança um apelo a fim de que "o mundo diga basta".
Também a catedral melquita foi danificada com as explosões desta quinta-feira em Damasco.
Por
sua vez, o chefe dos observadores da ONU, Robert Mood, pede ajuda à comunidade internacional.
(RL)