Pontifício Conselho da Justiça e da Paz: superar concepção mercantil da gestão dos
bens coletivos
Cidade do Vaticano (RV) - "A Igreja luta há muito tempo pelo reconhecimento
do direito de todos os povos a ter acesso aos bens coletivos, que não podem ser usados
por parte de poucos de modo indiscriminado e exclusivo."
Assim se expressou
o Secretário do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Dom Mario Toso, no seminário
promovido pelo Icef – Internacional court of the environment foundation – (Corte
Internacional do Ambiente Foundation) sobre o tema "O papel da Itália para o Rio+20
e para o pós Rio", realizado em Roma.
Rio+20 é a Conferência sobre o desenvolvimento
sustentável que terá lugar no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho próximo, à distância
de vinte anos do encontro de cúpula da Terra realizado em junho de 1992 na "Cidade
Maravilhosa".
"É necessário superar a concepção meramente mercantil da gestão
dos bens como a água e a energia", explicou Dom Toso, "mas as atuais estruturas internacionais
se mostram dramaticamente insuficientes", acrescentou.
Ao anunciar o desejo,
por parte da Santa Sé, de "fazer-se promotora da criação de uma Corte de justiça internacional
que possa monitorar os compromissos assumidos pelos Estados", o arcebispo ressaltou
"a exigência de uma governança internacional do ambiente a ser alcançada mediante
uma reforma da Unep – United nations environment programme – (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da própria ONU que, pelo modo como hoje é
concebida, não é organizada em termos plenamente democráticos". (RL)