Nova Evangelização e "Evangelii Nuntiandi": anunciadores do Evangelho, animados pelo
amor
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro dedicado à Nova Evangelização,
questão prioritária para a Igreja em nossos dias que estará no centro da XIII Assembléia
Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema "A nova evangelização para a transmissão
da fé cristã".
Temos aproveitado a proximidade da realização de tal importante
evento para toda a Igreja, para uma revisitação a alguns documentos magisteriais pertinentes
à missionariedade da Igreja.
Nesse sentido, estamos revisitando – em fase de
conclusão – a Evangelii Nuntiandi, Exortação Apostólica do Papa Paulo VI, de 1975.
Na
edição passada nos ocupamos do n.78, número este que nos fala sobre os anunciadores
do Evangelho como "Servidores da verdade". Agora, com o n. 79, trazemos o texto intitulado
"Animados pelo amor". Diz o texto:
79. "A obra da evangelização pressupõe
no evangelizador um amor fraterno, sempre crescente, para com aqueles a quem ele evangeliza.
Aquele modelo de evangelizador que é o apóstolo Paulo escrevia aos tessalonicenses
estas palavras que são para todos nós um programa: "Tanto bem vos queríamos que desejávamos
dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida, de tanto amor que
vos tínhamos",(127) E de que gênero é essa afeição? Muito maior do que aquela que
pode ter um pedagogo, é a afeição de um pai, e mais ainda, a de uma mãe.(128) É uma
afeição assim, que o Senhor espera de cada pregador do Evangelho e de cada edificador
da Igreja. Será um sinal de amor a preocupação de comunicar a verdade e de introduzir
na unidade. Será igualmente um sinal de amor devotar-se sem reservas e sem subterfúgios
ao anúncio de Jesus Cristo. E acrescentamos ainda mais alguns outros sinais deste
amor. O primeiro é o respeito pela situação religiosa e espiritual das pessoas a quem
se evangeliza: respeito pelo seu ritmo que não se tem o direito de forçar para além
da justa medida; e respeito pela sua consciência e pelas suas convicções. Elas hão
de ser tratadas sem dureza. Outro sinal deste amor é a preocupação por não ferir
outrem, sobretudo se esse outrem é débil na sua fé,(129) com afirmações que podem
ser claras para os iniciados, mas para os simples fiéis podem tornar-se fonte de perturbação
e de escândalo, como se fosse uma ferida na alma. Será também um sinal de amor
o esforço para transmitir aos cristãos, não dúvidas ou incertezas nascidas de uma
erudição mal assimilada, mas certezas sólidas, porque ancoradas na Palavra de Deus.
Sim, os fiéis precisam dessas certezas para a sua vida cristã, eles têm mesmo direito
a elas, na medida em que são filhos de Deus, que se abandonam inteiramente nos seus
braços, às exigências do amor."
Amigo ouvinte, por hoje é só. Semana que vem
tem mais se Deus quiser. (RL)