Caritas Internationalis tem novo Estatuto e Regolamento Interno
(02/05/2012) A Caritas Internationalis tem um novo Estatuto e um novo Regulamento.
Os dois documentos foram hoje publicados no Vaticano, acompanhados do relativo Decreto
de aplicação, assinado pelo cardeal secretario de Estado, cardeal Tarcisio Bertone.
A publicação destes novos instrumentos jurídicos vem reforçar e ajudar na
interpretação do documento com que, em 2004, o Papa João Paulo II conferira à Caritas
uma personalidade jurídica e canónica pública.
O novo Estatuto esclarece melhor
as relações entre a Caritas e outros órgãos da Santa Sé, pois que compete à Santa
Sé acompanhar as actividades deste organismo caritativo da Igreja e vigilar a fim
de que tanto as suas acções humanitárias e de caridade, como o conteúdo dos documentos
que difunde estejam em sintonia com a Sede Apostólica e com o Magistério da Igreja.
A Santa Sé tem ainda a tarefa de vigilar a fim de que a Caritas seja administrada
com competência e transparência.
Estas tarefas todas foram confiadas pelo
Papa João Paulo II de sobretudo ao Conselho Pontifício Cor Unum. E embora não o tivesse
especificado no documento, entendia-se que a Caritas ficava também sob as orientações
gerais da Congregação para a Doutrina da Fé, assim como da Prefeitura para os Assuntos
Económicos.
A aplicação do documento de João Paulo II ao longo destes 8 anos
permitiu compreender melhor como promover uma actualização jurídica que respeite e
exprima melhor a natureza da Caritas e esclareça a distribuição das competência dos
diferentes Dicastérios em relação a ela.
O artigo 6 do novo Estatuto sublinha
a estreita ligação entre a Caritas e o Sucessor de Pedro que nomeia directamente três
membros do Conselho Executivo, podendo assim escolher pessoas de reconhecida competência
provenientes de regiões pobres ou que mereçam especial atenção. Até à próxima Assembleia
Geral da Caritas essas personalidades são: D. Paul Ouéraogo, arcebispo de Bobo-Diulasso,
no Burkina-Faso; D. Youssouf Antoine Soueif, arcebispo de Chipre dos Maronitas; D.
Bernard Hebda, bispo de Gaylord nos Estados Unidos. Contudo, a maioria dos membros
do Conselho são escolhidos pela própria Caritas Internationalis. O novo Estatuto
esclarece também com precisão as tarefas do Assistente Eclesiástico da Caritas já
previsto no documento de João Paulo II e introduz uma Comissão de Assistência, assim
como o nula obsta do Santo Padre para a candidatura do Tesoureiro da Organização,
nula obsta que já era requerido em relação às candidaturas do Presidente e do Secretário
Geral.
A Caritas Internationalis foi ideada pelo Papa Pio XII em 1950, na
sequência dos horrores da segunda guerra mundial, para manifestar a solidariedade
da Igreja toda perante as numerosas situações de conflito e de emergências no mundo.
Em 2004, como dizíamos, João Paulo II conferiu-lhe personalidade jurídica canónica
pública com um documento denominado “Durante a Última Ceia”. A Santa Sé considera
que a normativa agora adoptada faz emergir ulteriormente a identidade distintiva da
Caritas Internationalis, que embora desempenhe actividades semelhantes a muitas ONG’s,
não é uma ONG qualquer. A sua identidade, baseada no Evangelho e na Doutrina Social
da Igreja constitui a sua força e torna a sua acção particularmente eficaz.