Campanha internacional quer salvar os Awá da extinção
Londres (RV) - A tribo indígena mais ameaçada do mundo, os Awá, da Amazônia
brasileira, é tema da campanha internacional lançada hoje pela ONG Survival. O ator
de cinema britânico Colin Firth é a voz dos índios no vídeo (http://www.survival.it/awa#intro-film).
O vencedor do Prêmio Oscar 2010 lança seu apelo pela salvação da tribo sob as notas
do compositor brasileiro Heitor Pereira, ganhador do Grammy.
As terras da
pequena tribo dos Awá estão sendo sistematicamente invadidas por colonos, madeireiros
ilegais e criadores de gado.
O site da Survival traz um gráfico impactante
em que se observa a devastadora avançada da destruição. A situação se tornou tão crítica
que especialistas antropólogos brasileiros a definem “genocídio” ou “extinção”.
Há
cerca de 360 Awá contatados. Muitos sobreviveram a brutais massacres por parte dos
invasores. Acredita-se que de 20 a 25% dos Awá originais ainda estejam escondidos
na floresta, procurando um refúgio que os salve do desastre.
O objetivo da
campanha da Survival é persuadir o Ministério da Justiça a enviar a polícia federal
ao local e expulsar os madeireiros, fazendeiros e colonos, afastando-os para sempre
das áreas indígenas.
“Arcos e flechas nada podem contra os fuzis” – lembra
Colin Firth no vídeo, advertindo que “como outras vezes na história, outro povo pode
ser cancelado da face da terra: mas podemos fazer que o mundo não deixe que isso aconteça”.
O filme da Survival mostra imagens únicas dos Awá, que raramente permitem
aos estrangeiros entrarem em sua comunidade. As cenas mais extraordinárias são as
que ilustram a relação dos índios com seus animais de estimação; o ritual em que a
tribo fala com os espíritos de seus ancestrais sob o luar, e a devastação provocada
pelos madeireiros e fazendeiros, que reduzem as colinas em brasas ardentes.
Segundo
Stephen Corry, diretor geral da ONG, os Awá podem ser vítimas também de nossa apatia,
se não agirmos. “Estas campanhas já deram provas de ser eficazes. Se aderirmos, no
Brasil e no resto do mundo, as crianças Awá poderão virar adultos e crescer em paz
em suas terras”. (CM)