Zero - Cinco - Trinta! A espada de São Jorge do sistema imunitário
Cidade do Vaticano
(RV) - Zero-Cinco-Trinta! Alguém já ouviu falar nessa fórmula? Pois é a novidade
em matéria de saúde, recém-saída dos laboratórios da renomada universidade estadunidense
de Harvard. É que pesquisadores dessa universidade questionaram-se sobre como reforçar
a imunidade do organismo humano e publicaram recentemente um estudo com a resposta:
zero cigarro, cinco porções de frutas e verduras diárias e trinta minutos de exercício
físico cotidianamente. Especial Saúde de hoje vai um pouco mais a fundo nessa fórmula,
que parece simples, receita de vó, mas tem um embasamento científico de peso.
Esse
estudo intitula-se “A verdade sobre o teu Sistema Imunitário”, e o primeiro conselho
dos especialistas é “sejam céticos diante de qualquer promessa de qualquer produto”.
Os resultados dessa pesquisa também foram publicados pelo jornal italiano Corriere
della Sera, no qual o imunologista Alberto Mantovani, Diretor Científico do Instituto
Clínico Humanitas di Roazzano e docente da universidade de Milão, explica a fórnula:
“Zero cigarro, porque o fumo ativa a inflamação; cinco porções de frutas e verduras
por dia, porque os vegetais têm efeito positivo sobre a função das células imunitárias
de primeira defesa, que se encontram nas mucosas; trinta minutos de exercícios cotidianamente
porque a atividade física ativa o sistema imunitário”.
A advertência é que
mesmo essa fórmula deve ser exercida com moderação. Moderação à mesa, porque quem
está acima do peso possui células inflamatórias no tecido adiposo que ativam de maneira
inapropriada o sistema imunitário, e também porque o exercício físico exagerado ativa
citocinas específicas que freiam esse sistema natural de proteção do organismo. Explicar
aqui o que são as citocinas, requereria um programa à parte, mas, à grosso modo, elas
são originadas por um tipo de célula imunológica e estão ligadas à mediação de respostas
imunes e inflamatórias.
Dizem que de médico e louco todo mundo tem um pouco,
e como a sabedoria popular poucas vezes falha, todo mundo tem sempre uma receitinha
milagrosa de uma erva, uma planta, um alimento especial para aquele probleminha de
saúde. Pois é, ainda não existem evidências científicas claras sobre o bem efetivo
que um ou outro desses componentes possa fazer, mas muitos são os estudos sobre os
probióticos, ou as “baterias boas”, encontradas em alimentos. Exceção feita às frutas
e verduras. A couve, por exemplo, já mostrou ativar um receptor com um papel importante
na maturação das defesas gastrointestinais. E segundo o Presidente da Sociedade Italiana
de Alergologia e Imunologia Clínica, Massimo Triggiani, as ervas também merecem crédito.
“Não existem dados solidíssimos – disse ele ao Corriere -, mas a pesquisa continua,
porque as ervas sempre foram fontes válidas de princípios ativos”.
Quando
se fala em imunidade, é imprescindível falar em sono. Dormir bem é outra fórmula a
ser seguida, não menos de sete horas por noite. Tanto que um neurobiólogo da Universidade
de Washington, Mark Opp, sugere que se durma oito horas, no mínimo, antes de fazer
uma vacina, por exemplo. E falando nisso, para não cansá-los mais, uma última dica
do imunologista Mantovani: “Por hora, podemos somente ter um estilo de vida o mais
saudável possível. E vacinarmo-nos. As vacinas são o único meio que temos para influenciar
realmente a nossa resposta imunitária”. (ED)