2012-04-24 16:45:17

Jovens mulheres dão rosto ao perfil do missionário


Lisboa (RV) – O perfil do voluntário missionário atual integra sobretudo jovens do sexo feminino, licenciadas, financeiramente autônomas e ligadas a áreas fortemente orientadas para a ajuda ao próximo, como a educação e a saúde.

A revelação é do estudo ‘Voluntariado: Missão e Dádiva’, que a Fundação Fé e Cooperação (FEC), da Conferência Episcopal Portuguesa, promoveu em parceria com uma equipe de investigadores da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti (ESEPF), e que vai ser apresentado na quinta-feira, em Lisboa.

Em declarações à agência Ecclesia, a coordenadora da rede de voluntariado da FEC, Ana Patrícia Fonseca, justifica a realização do estudo com as mudanças que se verificaram nos últimos anos.

“Já partiram mais de quatro mil voluntários e importava agora perceber que movimento é este, quem são os voluntários que partem, que organizações os enviam, o que é que eles vão fazer”, aponta.

Depois de um primeiro período, na década de 1980, em que as pessoas partiam “de forma muito espontânea”, nas últimas duas décadas surgiram “mais de 50 organizações que enviam voluntários para a missão”.

O retrato sociocultural de cada candidato, traçado ao longo de um ano a partir de dados recolhidos junto de 57 organizações de cooperação para o desenvolvimento, sublinha que quem parte em missão “sofre uma espécie de chamada interior” e está naturalmente predisposto a “colocar o seu saber e disponibilidade ao serviço do outro”.

De acordo com os promotores do estudo, isto deve-se sobretudo ao fato de o voluntariado missionário estar relacionado com uma cultura de serviço, baseada numa matriz “cristã”.

Apesar das organizações estarem abertas a “todos aqueles que genuinamente querem entrar” nesta experiência, “mais de metade dos voluntários” têm a sua origem numa “pastoral organizada” e “75 por cento são católicos”, realça o diretor da ESEPF, José Luís Gonçalves.

Uma das investigadoras que tomou parte no estudo, Florbela Samagaio Gandra, acrescenta à matriz cristã a capacidade destas pessoas em “fazerem face ao imediato ou ao imprevisto” e de trabalharem “em várias áreas”.

Alfabetização, formação e construção de infraestruturas nos países em vias de desenvolvimento são, neste momento, as grandes apostas do voluntariado missionário, que nos últimos cinco anos garantiu quase o dobro dos recursos humanos.

Indicadores retirados entre 2005 e 2010 mostram ainda que o tempo de missão oscila sobretudo entre um e três meses mas há cada vez mais pessoas a optarem por períodos mais longos, que vão até dois anos de missão.

(Ecclesia/RB)








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