Conselho de Segurança aprovou declaração sobre a Guiné-Bissau
(22/4/2012) O Conselho de Segurança da ONU aprovou neste sábado uma declaração sobre
a Guiné-Bissau, na qual condena o golpe militar e adverte para eventuais “sanções
específicas” para os autores do golpe. O texto, resulta de negociações dos dois
últimos dias, em que Portugal fez circular entre os membros do Conselho de Segurança
uma nova versão do documento, com elementos da anterior declaração. O Conselho
de Segurança exige a libertação “imediata e incondicional” dos líderes políticos detidos,
o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo
Pereira. Os dois continuam detidos, no meio de um processo eleitoral em que tudo apontava
para que o chefe do Governo deposto no golpe de 12 de Abril fosse eleito Presidente. Na
declaração, lida em Nova Iorque pela embaixadora norte-americana na ONU Susan Rice,
o Conselho de Segurança diz-se pronto “a tomar outras medidas” impondo sanções para
os autores do golpe de Estado. Uma posição reforçada dias depois de os países lusófonos
terem pedido o envio de uma missão para a Guiné-Bissau. A situação política no
país parece longe de ser clara: Serifo Nhamadjo, dado como Presidente de transição
designado pelos autores do golpe, negou ontem ter sido convidado e declarou discordar
do golpe. Mas o anúncio levou, entretanto, a Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) a adiar para dia 26 uma cimeira sobre a crise guineense agendada
para esta segunda-feira, em Conacri. Na reunião de quinta-feira do Conselho de
Segurança, em que os países lusófonos pediram o envio de uma missão para a Guiné,
foi abordado o potencial de conflito da situação guineense. Em Portugal e Angola (Lisboa,
Coimbra e Luanda), manifestantes saíram hoje às ruas para apelar a um entendimento
dos militares e políticos da Guiné-Bissau, para a paz e o progresso do país.