Conflitos causaram 26 milhões de deslocados internos em 2011, diz relatório
Nova Iorque (RV) - Um relatório do Centro de Monitoramento de Deslocamento
Interno, Idmc (na sigla em inglês), sugere que conflitos em todo o mundo levaram 26,4
milhões de pessoas a fugir da violência, no ano passado.
Segundo o documento,
"Panorama Global 2011: Deslocados por Conflito e Violência" deste total 3,5 milhões
eram novos deslocados, um número 20% maior que o registrado em 2010.
O relatório
informa que a violência surgida com os protestos da Primavera Árabe, por democracia
no norte da África e no Oriente Médio, levaram 830 mil pessoas a fugir de suas casas.
Mas
segundo a chefe do Centro de Monitoramento, Kate Halff, outros eventos como o conflito
armado no Afeganistão e as ações dos cartéis de drogas da Colômbia, além de grupos
paramilitares no país sul-americano, também contribuíram para um aumento no número
de deslocados internos.
Na Colômbia, até o fim de 2011, de 4 a 5 milhões de
pessoas abandonaram suas casas devido à violência. O relatório informa que a maioria
delas foi vítima de grupos armados associados ao tráfico de drogas do país.
Um
outro motivo para a fuga dos moradores de suas casas, em várias partes do mundo, foram
as crises humanitárias e desastres naturais. Na Somália, por exemplo, milhões ficaram
deslocados por causa da fome, agravada pelo conflito político no país africano.
A
crise na Síria causou 156 mil deslocados, no ano passado, dois mil a mais que na Líbia.
De acordo com o relatório, milhares de líbios, associados ao regime do ex-líder Muammar
Kadafi, tiveram medo de voltar a casa por causa de represálias.
Os choques
entre o Sudão e o no país, Sudão do Sul, também deslocaram centenas de milhares de
pessoas devido aos combates entre as forças armadas e milícias rivais.
Mas
o documento também traz boas notícias. A maior queda no número de deslocados internos
ocorreu no continente africano. Cerca de 1,5 milhão de pessoas voltaram a casa após
conflitos. Ao todo, a África tem hoje 9,7 milhões de deslocados internos. Os países
com índices mais altos de retorno foram o Chade, a Cote d'Ivoire, também conhecida
como Costa do Marfim, e Uganda.