Bissau (RV) - A União Africana suspendeu a Guiné-Bissau devido ao golpe militar
da semana passada.
O anúncio foi feito num comunicado após a reunião do Conselho
da Paz e Segurança da organização, que se realizou terça-feira em Adis Abeba, Etiópia.
O
comunicado diz que os golpistas violaram a constituição e exortou os políticos do
país a não participarem em ações para "disfarçar" o golpe.
O Conselho, lê-se
no documento "decidiu suspender a Guiné-Bissau, com efeitos imediatos de todas as
atividades "da União Africana "até à restauração de ordem constitucional". Antes,
a União tinha declarado o golpe de estado de quinta-feira passada como "inaceitável".
Membro
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, este pequeno país da costa ocidental
africana está novamente vivendo uma crise política – crise que acirra as difíceis
condições sociais e econômicas.
De fato, o país não conseguiu se refazer da
guerra de 1998. Faltam as infraestruturas básicas, como água potável e luz. E a população
permanece refém dos militares, que periodicamente desestabilizam a Guiné-Bissau com
golpes de estado, como o de quinta-feira passada, às vésperas do início da campanha
eleitoral para o segundo turno das presidenciais.
Com a provável reabertura
do espaço aéreo, muitos estrangeiros deixarão o país, como é o caso de um grupo de
brasileiros em missão humanitária. De acordo com o Itamaraty, há cerca de 300 brasileiros
registrados junto à embaixada.
A mesma sorte não tem a população, obrigada
a conviver com esta instabilidade e, principalmente, com as suas conseqüências. Com
o perdurar do impasse político, os bispos guineenses publicaram ontem uma nota oficial,
condenando a ação militar e toda forma de violência para resolver os problemas da
nação.
O Reitor da Universidade Colinas de Boé e representante do movimento
"Voz di Paz", Fafali Koudawo, comenta a mensagem dos bispos. Ouça clicando aqui:
(BF)