Nota da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre caso de Emanuela Orlandi
(14/04/2012) O Vaticano publicou neste sábado uma tomada de posição sobre o caso Emanuela
Orlandi, muito sentido em Itália. Trata-se do desaparecimento, há quase 30 anos, de
uma adolescente, filha de um empregado da Prefeitura da Casa pontifícia, que residia
com a família no interior da Cidade do Vaticano. Um mistério nunca esclarecido. Nas
últimas semanas, a questão voltou a agitar os meios de comunicação italianos, com
graves acusações, genéricas, a personalidades eclesiásticas do Vaticano, que se negaria
a colaborar com a justiça para o esclarecimento do caso, mantendo um silêncio de cumplicidade.
Num
longo texto, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé nega que o Vaticano tenha escondido
o quer que fosse sobre este rapto ou que mantenha ainda hoje qualquer segredo por
revelar. Para Padre Lombardi, é totalmente infundado continuar a propagar tais afirmações.
“Todas as autoridades do Vaticano – escreve – colaboraram com empenho e transparência
com as autoridades italianas para enfrentar a situação do sequestro, na primeira fase,
assim como depois, nas investigações posteriores. Se os investigadores italianos considerarem
útil ou necessário apresentar às autoridades do Vaticano novas rogatórias, poderão
fazê-lo em qualquer momento, segundo a praxe habitual, e encontrarão, como sempre,
a apropriada colaboração”. Finalmente – esclarece-se – as autoridades eclesiástica
não se opõem à inspeção, na basílica romana de Santo Apolinário, do túmulo de um chefe
de banda que estaria ligado a este rapto, nem a que os seus restos mortais sejam tumulados
num outro local, para que se restabeleça a justa serenidade
O comunicado sublinha
que o Vaticano prestou toda a colaboração possível sobre o caso, fornecendo acesso
ao telefone privado da família Orlandi e ao seu domicílio. Recorda-se também as numerosas
intervenções de João Paulo II e os seus repetidos apelos. A maior parte das pessoas
que ocupavam cargos de responsabilidade na época dos factos, faleceram já. Mas um
grande número de testemunhos particularmente dignos de fé e os documentos disponíveis
deveriam permitir verificar a seriedade e empenho do Vaticano em todo este tristíssimo
e doloroso caso.