2012-04-14 14:38:08

Guiné Bissau ainda isolada. Fala um missionário da rádio local


Lisboa/Bissau (RV) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúne-se sábado em sua sede de Lisboa para debater a situação na Guiné-Bissau, depois do golpe de estado militar ocorrido quinta-feira à noite no país.

A reunião extraordinária a nível ministerial havia sido convocada por Angola para debater o cenário resultante do anúncio feito por Luanda na segunda-feira sobre o fim da missão angolana de apoio ao setor militar na Guiné-Bissau (Missang).

Segundo disse na sexta-feira à agência Lusa o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, o principal objetivo do encontro é agora "o de continuar a persuadir todas as estruturas, no sentido não só da preservação da segurança e da integridade física das pessoas que estão sob custódia (primeiro-ministro e presidente interino), mas também da criação de canais de comunicação para permitir a procura de uma solução negociada para a atual crise".

O Brasil estará representado na reunião pelo sub-secretário para a África, Paulo Cordeiro.

Já sexta-feira, o secretário-geral da ONU condenou, nos mais fortes termos possíveis, o golpe militar na Guiné-Bissau e apelou aos golpistas para restaurarem imediatamente o poder político e libertarem os detidos. Ban Ki-moon lembrou ainda que o povo guineense se preparava para votar no segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para 29 de abril.

Também Anistia Internacional (AI) manifestou preocupação com o golpe de estado na Guiné-Bissau e pediu aos militares que libertem os dirigentes políticos e todas as pessoas detidas a começar pelo presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior. Anistia adianta ainda que alguns membros da sociedade civil “tiveram de se esconder”.

“Os relatos oriundos de Bissau são preocupantes, mas a instabilidade reina no país há algum tempo devido à violenta impunidade e à falta de progressos nas investigações dos assassínios de figuras políticas e militares desde 2009”, refere, em comunicado, Erwin van der Borght, diretor do Programa para África da Anistia Internacional.

Para que a Guiné-Bissau recupere a estabilidade e evolua para um Estado de direito, defende o dirigente da AI, é necessário resolver as questões relacionadas com os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão, a falta de responsabilização pela violação destes direitos e assegurar a reparação pelos abusos cometidos.

A RV contatou esta manhã o Diretor da Rádio Solmansi, Pe. David Siocco. Missionário do Pontifício Instituto das Missões do Exterior, PIME, o sacerdote italiano vive na Guiné-Bissau desde 1992. Ele nos dá o seu testemunho. Ouça clicando acima.
(CM)









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