Brasil quer que Conselho de Segurança discuta situação da Guiné-Bissau
Cidade
do Vaticano (RV) – Após a tentativa de golpe de estado, nesta quinta-feira, as
Forças Armadas justificaram a intervenção armada como uma forma de defender o exército
de uma suposta agressão externa por parte das Forças Armadas de Angola.
Nas
Nações Unidas o Brasil se mobiliza para que a paz volte ao país africano. Uma reunião
urgente do Conselho de Segurança para debater a situação na Guiné-Bissau deverá ser
convocada a pedido da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.
A embaixadora
do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, lembra que o Brasil coordena
a estratégia de paz para a Guiné-Bissau.
"O Brasil, na qualidade de presidente
da configuração para a Guiné-Bissau da Comissão de Consolidação da Paz, mobilizando
os membros da comissão para condenarmos, da forma mais enérgica, a intervenção militar
que está ocorrendo na Guiné-Bissau. E fazer um apelo para que os militares retornem
aos quarteis, respeitem o direito, assegurem a segurança de todas as autoridades civis
do país e respeitem o estado de direito".
O segundo turno das eleições presidenciais
no país estaria marcado para o dia 29 de abril. O atual primeiro-ministro, Carlos
Gomes Júnior, enfrentaria o ex-presidente Kumba Ialá.
O Escritório da ONU para
a Manutenção da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, não está funcionando nesta sexta devido
aos tumultos na capital do país.
O porta-voz da Uniogbis, Vladimir Monteiro,
disse à Rádio ONU, de Bissau, que a situação parece voltar ao normal após momentos
de tensão.
"O escritório não está trabalhando. O pessoal das Nações Unidas
foi informado a permanecer em casa. O único documento do qual tomamos conhecimento
através da rádio é um comunicado de militares. Tirando isso, não posso dizer mais
nada".
Vladimir Monteiro confirmou ainda a retomada das transmissões da Rádio
Nacional às 10h30 da manhã desta sexta-feira, hora local. Outras oito emissoras de
rádio deixaram de fazer transmissões.