Missão em Moçambique: “há iniciativas e tomadas de consciência”
Cidade do Vaticano
(RV) – O Quadro Missão apresentou, em edições passadas, o trabalho missionário
promovido pelo Regional Sul 3 da CNBB em Moçambique.
Padre Maurício da Silva
Jardim (na foto), da diocese de Gravataí, no Rio Grande do Sul, foi uma das personagens
do quadro Missão. Ele tinha acabado de voltar depois de 3 anos e meio em Moçambique
e revelou qual foi – e ainda é – o maior desafio da missão.
“É aquele de que
as comunidades tenham, ao menos, uma missa por ano pela falta de padres”.
Com
a volta dele, Padre João Carlos Andrade da Silveira é agora o novo missionário em
Moma. Ele nos contou um dos principais desafios que os missionários enfrentam ao
chegar à África. Apesar do português ser a língua oficial, raramente é falado nas
tribos.
“Aqui, a língua que o povo fala é a língua macua. Então, o missionário
precisa aprender ao menos para assinar a celebração, ao presidir a eucaristia e os
sacramentos e, claro, se comunicar de uma forma compreensível com o povo. Eu, como
recém-chegado, preciso aprender para evangelizar melhor, comunicar melhor”.
Dom
Jaime Kohl, bispo da diocese de Osório, no Rio Grande do Sul é o bispo referencial
do Projeto Igreja Solidária do Regional Sul 3, que existe há 16 anos. Dom Jaime também
esteve recentemente em Moçambique, e notou algumas mudanças desde o início da Missão.
“Há
iniciativas e tomadas de consciência. Me parece que existe também um protagonismo
dos africanos que, aos poucos, vão se organizando. A Missão também mantém pequenos
projetos sociais como, por exemplo, cooperativas de pesca e reflorestamento. Contudo,
o aspecto que eu percebi um pouco melhor, que é mais visível, está na participação
do povo. As comunidades vão crescendo também em número de católicos. Por exemplo,
Dom Gilio (Bispo de Bagé, no RS) em sua última visita, em julho de 2011, fez cerca
de 1,4 mil crismas em dez dias”.
Na última renovação, o projeto foi estendido
por mais cinco anos. Agora restam três.
“Creio que vamos estender por mais
tempo. Vai depender também da caminhada da diocese, a medida que vão surgindo suas
vocações nativas, e que elas possam ir assumindo (as responsabilidades) e nós poderemos
também, a seu tempo, passar para outras dioceses ou até mesmo outros países. O projeto
hoje funciona e é facilitado por uma organização aqui do Regional Sul. Nos dá muita
tranquilidade, ainda, para o envio de pessoal, a formação e manutenção deles em Moçambique
a coleta que fazemos todos os anos por ocasião de Pentecostes. Então, em todas as
dioceses é feita essa coleta que dá sustentação para o projeto”.