2012-04-10 18:03:04

Bispos do Maláui encontram a nova presidente Joyce Banda


Cidade do Vaticano – (RV) “Ela é conhecida em todas as comunidades: é uma mulher dos pobres, poderá fazer coisas importantes”. Assim falou Dom Thomas Msusa, vice-presidente da Conferência Espiscopal do Maláui, à agência Misna enquanto viajada para Lilongwe.

Ele viaja para encontrar a primeira mulher presidente de um país do sul da África e, no seu caso, também uma amiga de longa data. O encontro desta quarta-feira à noite entre a nova presidente e os bispos tem um significado especial. No sábado, a Conferência tinha enviado sua mensagem de pesar pela morte do presidente Bingu wa Mutharika para a então “vice-presidente”.

Era um tipo de “apoio” para dissipar as últimas dúvidas depois de dias difíceis e de incertezas, marcados também pelo temor de possíveis golpes por parte daqueles que não queriam deixar o poder. Uma maneira para dizer que a Constituição seria respeitada e que as escolhas políticas de Banda, que em 2009 entrou em rota de colisão com o partido do governo, não deveria ser levadas em consideração.

O encontro entre a nova chefe de Estado e os bispos também é explicado desse modo. Com a alegria por uma transição pacífica de poder, respeitando a Constituição e o Umunthu, o complexo dos valores tradicionais de um país historicamente disposto a paz. “O caminho é longo – disse padre Piergiorgio Gamba, missionário do canal Luntha TV – mas não poderia ter acontecido nada de melhor para a gente do que esta transição pacífica que retrata o espírito de reconciliação característico do Maláui e de seu povo.

Disso também está convencido Dom Msusa, da diocese de Zomba, onde 62 anos atrás nasceu a nova presidente e onde deixou sinais claros de seu compromisso em ajudar órfãos e crianças em dificuldade.

“A nova presidente – destaca o bispo – tem o dever que enfrentar imediatamente os problemas dos pobres e, para bem realizá-lo, deverá saber escutar até mesmo quem é contrário, dentro de um espírito de diálogo e reconciliação.

Nas palavras de Dom Msusa parecem ecoar os gritos de alarme lançados mais de uma vez pela Igreja Católica a partir de outubro de 2000. À época, preocupavam as escolhas econômicas e as restrições dos espaços de liberdade característicos da última fase do governo de Mutharika. O alto custo de vida, os combustíveis cada vez mais raros de serem encontrados, a má colheira, tudo isso tornava a crise sempre mais grade.

Pela morte do seu predecessor, o primeiro católico a governar o Maláui, Banda proclamou dez dias de luto nacional. O tempo necessário para organizar os funerais mas também para pensar nos erros do passado e nas oportunidades do futuro. Banda deverá formar um novo governo e ajustar a ruptura com a Inglaterra e outros países doadores, numa crise que abocanhou 40% do orçamento do Estado.

(RB)








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