Papa na Vigília Pascal: "Com a Páscoa, a Criação recomeça inteiramente nova"
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI presidiu, na noite deste sábado, na Basílica
de São Pedro, à celebração da Vigília Pascal. Inicialmente o Papa acendeu o Círio
Pascal, que, nas palavras do Pontífice, ilumina ao consumar-se a si próprio e simboliza
o mistério Pascal de Cristo que doa a si mesmo.
Ao longo de sua homilia, o
Papa desenvolveu uma reflexão sobre a luz, começando pela narrativa da Criação no
livro do Génesis, no qual Deus diz “que se faça luz!”. “Com a Páscoa - ressaltou o
Papa -, a Criação recomeça inteiramente nova”.
“A Páscoa é a festa da nova
criação. Jesus ressuscitou e nunca mais morre. Arrombou a porta que dá para uma nova
vida, que já não conhece doença nem morte. Assumiu o homem no próprio Deus. (…) Abriu-se
uma nova dimensão para o homem. A criação tornou-se maior e mais vasta. A Páscoa é
o dia De uma nova criação, mas por isso mesmo, neste dia, a Igreja começa a liturgia
apresentando-nos a criação antiga, para aprendermos a compreender bem a nova.”
O
Papa explica que por isso, na Vigília Pascal, a Liturgia da Palavra começa pela narração
da criação do mundo. A esse propósito, o Santo Padre destaca duas coisas que diz serem
particularmente importantes: “Em primeiro lugar, a criação é apresentada como uma
totalidade da qual faz parte o fenômeno do tempo. Os sete dias são imagem duma totalidade
que se desenvolve no tempo, aparecendo os dias ordenados até ao sétimo, o dia da liberdade
de todas as criaturas para Deus e de umas para as outras. Por conseguinte, a criação
está orientada para a comunhão entre Deus e a criatura”; em segundo lugar o Santo
Padre considerou a Vigília Pascal, sobre a qual disse ser um momento em que se pensa
à criação da luz, que precede toda a Criação, “a luz, pela qual a glória de Deus se
reflete na natureza do ser que é criado”. O Papa dedicou grande parte de sua homilia
à luz, “que torna possível a vida; torna possível o encontro; torna possível a comunicação;
torna possível o conhecimento, o acesso à realidade, à verdade. E, tornando possível
o conhecimento, possibilita a liberdade e o progresso”, destacou.
E à luz,
Bento XVI relacionou a verdade, “é mais forte que a mentira”, completando que “com
a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos,
levando-nos atrás de Si para a nova vida da ressurreição e vence toda a forma de escuridão.
Ele é o novo dia de Deus, que vale para todos nós”.
O Papa encerrou sua homilia
convidando-nos a pedir ao Senhor “que nos faça sentir a alegria da sua luz, de modo
que nós mesmos nos tornemos portadores da sua luz, para que, através da Igreja, o
esplendor do rosto de Cristo entre no mundo” (cf. LG 1). (ED)