Cidade do Vaticano (RV)* - Graças a Deus pelo Caminho da Cruz. Entre os diversos
momentos e celebrações da Semana Santa, aquele que provavelmente é o mais tocante
e que mais envolve o coração do povo é a Via Sacra. E isso não impressiona. Com isso,
Jesus se aproximou de todos, às mulheres e homens de cada tempo, em seus sofrimentos,
seja ela inocente ou consequência do pecado. O sofrimento é uma parte fundamental,
muitas vezes dominante, da experiência da vida. A capacidade de aproximar a dor e
até mesmo uni-la à dor do Cristo é um grande dom para todos; incluir a vida num mistério
aberto à esperança e à ressurreição é um dom divino para os fiéis.
Este ano,
a ideia de confiar as meditações para a Via Sacra do Papa no Coliseu, em Roma, a um
casal de idosos foi maravilhosa, genial. Com isso, as meditações passam a integrar
significativamente a preparação para o próximo Encontro Mundial das Famílias, em Milão,
em junho.
Continuamente, a Igreja está comprometida em defender a família,
num tempo no qual a tendência a diminuir o valor – e até mesmo ridicularizar a fidelidade
e a estabilidade – é cada vez maior.
Mas é preciso ajudar essa mentalidade
com a proposta de uma espiritualidade forte, que a acompanhe nas dificuldades, não
somente aquelas materiais ou das doenças, mas também aquelas – muitas vezes mais profundas
e dolorosas – nos relacionamentos, ou nas incompreensões e rupturas entre pais e filhos,
até a solidão da viuvez.
Ajudar quem teve a coragem de constituir uma família
em continuar a crer sempre na força do Amor. Por isso a Via Sacra da família, junto
com Cristo, a caminho da Páscoa.
* Padre Federico Lombardi Diretor-Geral
da Rádio Vaticano