Cidade do Vaticano (RV) – “A máfia não é uma cultura alternativa, mas é anticultura,
não é uma forma de cristandade particular – devocional -, mas é anticristianismo”.
Foi o que afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco
Ravasi, em entrevista transmitida pela Rádio Vaticano na conclusão da etapa de Parlemo
do “Pátio dos Gentios”, dedicada ao tema “Cultura da legalidade e sociedade multireligiosa”.
É por este motivo, explicou o cardeal, que “uma figura como Padre Pino Puglisi
(sacerdote assassinado pela máfia porque denunciava seus crimes), pode representar
– quando for beatificado – o martírio por ódio à fé: foi morto por chamados cristãos,
mas foi assassinado por testemunhar uma fé que é completamente alternativa em relação
à máfia”.
“Já é tempo para se repropor com força a questão moral, assim como
aquela mafiosa”, o apelo do procurador nacional antimáfia, Pietro Grasso. “Nós propomos
que escolham – como disseram os jovens de Addiopizzo (grupo que se opõe à máfia e
à corrupção) – renunciar ao jogo do toma lá dá cá”, que como se podia ler numa faixa
de Padre Puglisi, “mata as consciências”.
O sucesso deste “Pátio dos Gentios”,
que reuniu crentes e não crentes na rejeição à subcultura mafiosa – explicou o Arcebispo
de Palermo, Card. Paolo Romeo – é “a confirmação de que a tradição do povo siciliano
é a do diálogo”. (SP)