Yangun (RV) – Alegria da Igreja Católica birmanesa pela regular realização
das eleições supletivas em Mianmar no último dia 1º de abril, que concretizaram a
vitória da Liga Nacional pela Democracia e o sucesso pessoal de Aung San Suu Kyi,
eleita com mais de 80% dos votos. Entrevistado por telefone pela agência AsiaNews
sobre o resultado do voto, o Arcebispo de Mandalay, Dom Paul Zingtung Grawng, disse
“estar feliz” pelo resultado das eleições e como se realizaram os trabalhos.
“Desde
o início da campanha eleitoral – explica o prelado – era evidente o amor das pessoas
por Aung San Suu Kyi; sabia-se que se as eleições fossem livres e justas como prometido,
este teria sido o resultado”. O prelado acrescenta que “todo o povo alimenta muita
esperança na senhora” e espera possa contribuir ao progresso da nação.
Para
Dom Zingtung Grawng, a Igreja pode contribuir a “lançar os alicerces para a construção
de uma nação forte”, sobretudo nos setores da “saúde e da instrução”, também porque
"Aung San Suu Kyi pede a todos, minorias religiosas e étnicas, para contribuir de
modo ativo na construção do País”.
Dom Francis Daw Tang, Bispo de Myitkyina,
no estado setentrional de Kachin, fala de “momento importante” para todos os birmaneses,
também se em três distritos de Kachin não houve eleições por problemas de segurança,
como disseram as autoridades birmanesas. “Os civis logicamente não ficaram felizes
– declara o prelado à AsiaNews -, também se a situação não era tão problemática” ao
ponto de adiar as eleições.
“A minha esperança – acrescenta Dom Francis –
é que todos estes novos políticos que entram no Parlamento possam trabalhar pelo bem
do País e da população de Kachin. Este voto pode representar, realmente, uma ocasião
de paz e de progresso” numa área palco, nos últimos meses, de enfrentamentos entre
milícias étnicas e o exército birmanês.
De acordo com as últimas informações
são ainda 60 mil os deslocados, obrigados a abandonar suas terras e casas. Fontes
de AsiaNews no Arcebispado de Yangun, que pedem o anonimato, confirmam a importância
da eleições, mas alertam que “apesar do otimismo, é preciso ver o que fará o governo”,
porque “podem acontecer tantas coisas”. Se o cenário no futuro continuar difícil,
fica, porém, a satisfação “por ter conseguido escolher livremente para onde queremos
andar”: também se houve a renovação de 45 cadeiras das mais de 600, “a mudança é visível
no Parlamento” e “será importante”. (SP)