(4/4/2012) Marchas, festividades, inaugurações de monumentos: o regime do Presidente
angolano José Eduardo dos Santos celebra neste dia 4 dez anos sobre o fim da guerra
civil. Muitos angolanos no entanto estão desiludidos por os ganhos do crescimento
económico não reverterem para a melhoria das condições de vida. A pobreza endémica
num país rico em petróleo e a corrupção são queixas frequentes, que têm sido slogans
de um movimento de contestação com manifestações reprimidas pelo regime. Ainda
na segunda-feira, a Human Rights Watch alertava para a repressão das manifestações.
O Presidente José Eduardo dos Santos vai estar hoje em Luena, no Moxico, perto
do local onde foi morto, a 22 de Fevereiro de 2002, o líder da UNITA Jonas Savimbi.
Marcará a data, 4 de Abril, em que um acordo cristalizava o final de 27 anos de guerra
civil que causaram meio milhão de mortos e deixaram quatro milhões de deslocados,
numa população de 18 milhões. Eduardo dos Santos, de 70 anos, está no poder desde
1979. As legislativas previstas para Setembro serão a terceira votação desde 1975,
depois da de 1992, ganha por Eduardo dos Santos, e a de 2008, em que o MPLA elegeu
mais de 80% dos deputados do Parlamento. Em Luanda, a capital, o avanço destes
dez anos nota-se no passeio marítimo com palmeiras importadas e nos bairros de arranha-céus
em expansão. Mas mesmo no meio do luxo, os bairros de lata nunca estão muito longe.
Lá não há água potável, 20% das crianças morrem com menos de cinco anos