Jerusalém (RV) - Dezenas de milhares de peregrinos e palestinos cristãos participaram
neste domingo em Jerusalém da tradicional procissão de Domingo de Ramos, em um ambiente
de alegria e regozijo que, por alguns momentos, pareceu afugentar a tensão que costuma
reinar na região.
A colorida e musical procissão, que contrasta com a solenidade
dos demais atos da Semana Santa, partiu da Igreja de Betfagé, em uma das ladeiras
do Monte das Oliveiras, e terminou na Igreja de Santa Ana, (avó materna de Jesus).
Desde
o meio-dia, debaixo de um sol agradável, ao contrário do calor insuportável habitual
nesta época do ano, os peregrinos se aglomeraram junto da modesta igreja de pedra
acinzentada e toques arquitetônicos que lembram a passagem das ordens templárias pela
Cidade Santa.
A amálgama de peregrinos, provenientes de todos os cantos do
mundo, reluzia claramente nos cânticos multilingues que foram entoados por todo o
percurso.
A diversidade que contrastava também entre os mais sóbrios e recatados
grupos europeus dedicados à oração introspectiva e os mais folclóricos latino-americanos
e asiáticos que encheram a passeata de ritmo e fervor.
Entre eles, em um número
muito maior que outros anos, representantes e fiéis das paróquias católicas na Cisjordânia,
que dependem de permissões especiais do Exército israelense para entrar em Jerusalém
Oriental por ocasião das festas.
A Administração Civil do Exército israelense
(organismo militar que administra os assuntos civis nos territórios ocupados) informou
à Agência Efe que neste ano concedeu mais de 20 mil permissões para os cerca de 50
mil cristãos palestinos que vivem na Cisjordânia.
Política à parte, os fiéis
avançaram de Betfagé até o cume do Monte das Oliveiras e dali desceram para o Vale
do Cedrón, aos pés das antigas muralhas de Jerusalém.
Os atos de Semana Santa
continuam nos próximos dias com missas e ofícios especiais e a celebração da Paixão
de Cristo termina na Sexta-feira Santa com a tradicional Via Sacra pelas estreitas
e empedradas ruas da antiga cidadela em outra cerimônia caracterizada pela singeleza.
(EFE-CM)