2012-03-30 15:21:33

Cardeal Betori: "resposta ao mal é o amor"


Roma (RV) – “Existe uma só resposta ao mal, uma só resposta educativa realmente eficaz: o amor”. É a convicção do Arcebispo de Florença, Itália, Cardeal Giuseppe Betori, que na noite desta quinta-feira, 29, falou durante o encontro “Diálogos na catedral”, promovido pela Diocese de Roma na Basílica de São João de Latrão.

“Enquanto na época de Lutero e de Santo Inácio de Loyola – começou afirmando o purpurado – era normal ter um sentido vivo da diferença entre o bem e o mal, hoje parece que existe uma grande área nebulosa, em que os comportamentos tem características menos definidas, uma área que interessa boa parte das nossas vidas”.

“Falar de verdade e de erro, de bem e de mal – explicou o cardeal – significa ser capaz de colocar ordem, de escolher a partir de um critério claro e radical. É exatamente este critério que hoje está enfraquecido: a ser questionada não é a diferença entre bem e mal em si – cada um elabora uma própria ordem moral, também se muitas vezes provisória e mutável -, mas sua radicalidade, as prioridades na ordem, a objetividade que a torna partilhável”.

Em outras palavras, observou o Cardeal Betori, “não despareceu a diferença: desapareceu um critério universal, algo que permita estabelecer com certa segurança o que é bem e o que é mal”. Jesus, pelo contrário, “me diz como resolver o problema, se conheço a Lei. Mas para entendê-lo até o fim, devo me educar a agir, e para agir devo escolher o bem não porque é racional, mas porque o amo”.

O amor de Jesus, explicou o Cardeal Betori, “nos leva para além do mal, porque nos convida a dirigir nossos desejos na direção do bem. Jesus não apaga o mal, não faz de conta que não existe – conhece-o muito bem -, mas nos convida a não pensar só no mal. Se amamos, podemos olhar o mal e fugir de sua sedução. Para amar, porém, devemos encontrar alguém que nos ame, alguém que nos faça ver as potencialidades de um Amor infinito, que não para diante de nada. Isto nos dá a força de enfrentar tudo”.

Em nossa história, portanto, “está escrito como se reage ao mal: a partir do exemplo de Jesus, são tantos que aceitaram sofrer para não entrar no jogo do mal, em seu dilema entre horror ao caos e opressão da lei sem amor”.

Entre os exemplos, o arcebispo de Florença citou São Maximiliano Kolbe, o Card. Van Than, e os sacerdotes italianos Andrea Santoro e Pino Puglisi. “Diante dos medos do homem, continuamente alimentadas pela mídia – concluiu – a Igreja nos convida a reagir com vigor, com a alegria que vem do amor e com a esperança que ela desperta”. (SP)







All the contents on this site are copyrighted ©.