(28/3/2012) Bento XVI e o antigo líder cubano Fidel Castro reuniram-se na Nunciatura
Apostólica em Havana, à porta fechada, durante cerca de meia hora. Em conferência
de imprensa, o director da sala de imprensa da Santa Sé referiu que a reunião foi
“muito cordial” e abordou questões da atualidade mundial, temas de ciência, cultura
e ecologia. O Papa manifestou a sua alegria por estar em Cuba, manifestando a sua
gratidão pelo acolhimento recebido, segundo o padre Federico Lombardi. Fidel Castro
manifestou-se sobre a beatificação de Madre Teresa de Calcutá, tendo colocado perguntas
sobre as mudanças na liturgia católica e sobre o papel do Papa, a quem assegurou que
acompanhou esta viagem através da televisão. Ambos brincaram com a sua idade e
Bento XVI, que em abril completa 85 anos, disse ser um “ancião” que ainda faz o seu
trabalho. O Papa falou das suas viagens, dos encontros com as populações e prometeu
enviar livros a Fidel Castro, que lhe pediu textos para aprofundar a temática da relação
entre fé e razão. O antigo presidente cubano falou das dificuldades nos tempos
atuais, para a humanidade, e Bento XVI aludiu à ausência de Deus. Com o Papa estiveram
ainda a mulher e as duas filhas de Fidel Castro. O encontro decorreu pouco depois
de Bento XVI ter apelado "à liberdade religiosa em Cuba, na missa final da sua visita
de três dias ao país, afirmando que esta ilha precisa de mudanças e "transformação
social". Fidel Castro revelara ter solicitado ao Papa “uns minutos do seu ocupado
tempo”, assinalando que a resposta positiva lhe chegou através do ministro dos Negócios
Estrangeiros, Bruno Rodríguez, segundo o qual Bento XVI ficaria agradado com "este
modesto e simples contacto”. O Papa, que completa 85 anos em abril, termina hoje
a sua segunda viagem à América Latina, iniciada na sexta-feira com uma visita ao México,
tendo-se seguido, desde segunda-feira, a ilha de Cuba.