Papa no voo para o México: uma viagem de esperança e caridade
Cidade do Vaticano (RV) – Bento XVI está voando em direção ao México. A previsão
é que o Papa chegue a León às 19h30min de Brasília. Durante o voo, que terá duração
de 14 horas, um dos principais compromissos já foi realizado: a coletiva de imprensa
com o Papa.
“Vou para levar coragem e para aprender, para confortar na fé,
na esperança e na caridade”: assim, Bento XVI definiu o espírito de sua viagem apostólica
ao México e a Cuba. Destacou ainda que sua visita segue as marcas deixadas pelas passagens
de João Paulo II por estes dois países. O Papa, ao responder uma pergunta, deteve-se
ao problema do narcotráfico e da violência no México. Destacou que a Igreja Católica
tem uma grande responsabilidade ao afrontar essa mazela: “Devemos lutar com todas
as forças contra esse mal que destrói a humanidade e a nossa juventude. Direi que
a primeira ação é anunciar Deus”.
É responsabilidade da Igreja, acrescentou,
“educar as consciências, educar à responsabilidade moral” e “desmascarar o mal”. É
preciso “desmascarar esta idolatria do dinheiro que escraviza os homens”, “desmascarar
estas falsas promessas”. O Papa afirmou ainda que a Igreja “desmascara o mal”, fazendo
“presente a bondade de Deus”, e “a sua verdade”.
Sobre a situação sociopolítica
em Cuba, o Papa lembrou que com a visita de João Paulo II, 14 anos atrás, foi “inaugurado
um caminho de colaboração e diálogo, um caminho que “exige paciência” mas que “vai
adiante”. Ademais, acrescentou que a ideologia marxista “não corresponde mais à realidade”.
Assegurou que a Igreja quer ajudar “em espírito de diálogo” para dar vida a uma sociedade
mais justa. A Igreja, disse ainda, “está sempre do lado da liberdade”, de consciência
e de religião.
Sobre o compromisso da nova evangelização na América Latina,
destacou que para isso, coração e razão precisam agir juntos para afrontar a secularização. O
Papa não esqueceu de confirmar o compromisso da Igreja para a justiça social.
“A
Igreja não é um poder político, não é um partido, mas é uma realidade moral, uma autoridade
moral”. Então, é responsabilidade da Igreja “educar as consciências e assim criar
a responsabilidade necessária; educá-las seja na esfera individual como na esfera
pública”. E isso, observou o Papa, sobretudo porque na América Latina e em outros
lugares “também católicos”, há uma certa “esquizofrenia entre moral individual e pública”.
Na esfera individual, firmo “são católicos fiéis, mas na vida pública seguem
outros caminhos que não respondem aos grandes valores do Evangelho que são necessários
para os alicerces de uma sociedade justa”. (RB)