2012-03-23 14:45:36

Bento XVI em voo para o México fala das principais preocupações da viagem, condena narcotráfico e destaca colaboração com autoridades políticas


(23/372012) Bento XVI condenou hoje a “praga” do narcotráfico, falando a bordo do avião que o transporta desde Roma para uma viagem de seis dias ao México e Cuba, sublinhando ainda as boas relações com as autoridades locais.
“Temos de fazer todos os possíveis contra este mal [tráfico de droga] destruidor da humanidade e da nossa juventude”, disse o Papa na habitual conferência de imprensa que decorreu durante o voo de 14 horas, iniciado às 09h30 de Roma .
Perante mais de 70 jornalistas, Bento XVI afirmou que a responsabilidade da Igreja é “educar as consciências, educar à responsabilidade moral” e “desmascarar o mal”.
Estima-se que mais de 50 mil pessoas tenham morrido no México, ao longo dos últimos anos, como consequências de ações violentas perpetradas, muitas vezes, por grupos criminosos ligados ao narcotráfico.
Segundo o Papa, este é um “grave problema” que afeta também a Igreja num país com mais de 99 milhões de católicos.
Bento XVI falou ainda da situação sociopolítica em Cuba, 14 anos depois da inédita visita de João Paulo II com a qual, sublinhou, se abriu “um caminho de colaboração e diálogo” que “exige paciência”.
Para o atual Papa, a ideologia marxista “já não responde à realidade” e a Igreja Católica deve ajudar a dar vida a uma “sociedade mais justa”.
Questionado sobre a atualidade das palavras de João Paulo II, quando afirmou que Cuba “deve abrir-se ao mundo e o mundo deve aproximar-se de Cuba”, Bento XVI referiu que “a Igreja está sempre do lado da liberdade, liberdade de consciência, liberdade de religião”.
“A Igreja não é um poder político, não é um partido, mas uma realidade moral, uma autoridade moral”, advertiu.
Nesse sentido, Bento XVI disse viajar aos dois países da América Latina para “encorajar e aprender, para confortar na fé, na esperança e na caridade”.
O Papa criticou, por outro lado, o que qualificou como “esquizofrenia entre moral individual e pública”, nos católicos, que seguem “caminhos na vida pública que não respondem aos grandes valores do Evangelho”.
Bento XVI colocou esta visita em “continuidade” com as que foram realizadas por João Paulo II, seu predecessor, em particular a primeira das cinco realizadas ao México, em 1979, num “verdadeiramente histórica numa situação política confusa” e a também “histórica viagem a Cuba”.
“O meu desejo é prosseguir o seu caminho e as suas pegadas”, confessou, evocando o Papa polaco, figura muito admirada por milhões de católicos da América Latina.








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