Luanda (RV) – A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) publicou
uma nota pastoral para as próximas eleições gerais no país, marcadas para este ano,
pedindo que as mesmas sejam “livres e justas”.
O documento foi publicado na
página do organismo católico na Internet, após a primeira assembleia plenária da CEAST,
que se concluiu esta quarta-feira, em Luanda.
“A eleição dos governantes feita
livremente pelos cidadãos constitui o verdadeiro pilar da democracia. Ao contrário,
qualquer governo que é alcançado pela força ou pela herança sucessória só por ironia
se poderia chamar democrático.
Por isso, em democracia, o verdadeiro detentor
do poder é o povo, o qual, através das eleições, delega esse poder aos governantes
eleitos. Daqui se infere que as eleições são um direito do povo, direito este que
lhe não pode ser usurpado sob pretexto algum.
Tão cívico direito acaba por
constituir um dever, caso a falta do seu exercício venha a originar a eleição de algum
candidato inepto. Neste caso, a abstenção constitui uma verdadeira culpa não somente
anticívica, mas também antipatriótica. Por conseguinte, nenhum cidadão pode ficar
indiferente perante o ato eleitoral” – diz a nota.
Recordando aos eleitores
que devem ter perfeito conhecimento do programa político dos partidos, os Bispos afirmam
que é importante também que os programas dêem resposta aos problemas da sociedade,
como: pobreza, aumento do abismo entre ricos e pobres, desigualdade de oportunidades,
assimetrias regionais, defesa da vida a partir da concepção, defesa da família, e
recuperação dos valores éticos e espirituais.
O episcopado reitera que o clero,
religiosos, religiosas e catequistas, em sua ação pastoral, não devem ser militantes
de partido algum, nem devem utilizar o púlpito para fins políticos.
Os angolanos
vão eleger este ano os deputados para a Assembleia Nacional e o presidente da República. (CM)