Igreja pede «coração aberto para a diversidade».Santuário de Fátima recebe Comité
Católico Internacional para os Ciganos
(22/3/2012) O encontro do Comité Católico Internacional para os Ciganos, que começa
esta sexta-feira, em Fátima, é encarado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)
como uma oportunidade de promover uma sociedade mais inclusiva e solidária. O evento,
que até domingo vai juntar no Santuário mariano diversos representantes europeus,
conta com a presença do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade
Humana, D. Jorge Ortiga; do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto; e do diretor
da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, frei Francisco Sales. A iniciativa tem
o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e durante os trabalhos vai ser lida uma
mensagem do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes (CPPMI),
organismo da Santa Sé. Entre as principais matérias que irão ser abordadas, destaque
para o papel dos cristãos 'frente a uma sociedade cada vez mais estruturada, mas que
cria marginalidade', matéria que vai ser abordada pelo economista João César das Neves. Para
a Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural em Portugal, “falta sobretudo
educação para desconstruir preconceitos e estereótipos” que foram sendo criados ao
longo dos anos. No último Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos, que decorreu
em Novembro de 2011, na diocese de Portalegre-Castelo Branco, os responsáveis católicos
pediram ao Governo o “reconhecimento efetivo dos direitos básicos dos ciganos”. O
Comité Católico Internacional para os Ciganos, com sede na Bélgica, foi criado em
1976 para promover o debate entre as comunidades ciganas e atender às suas necessidades
humanas e espirituais. Desde o seu início, aquele organismo, atualmente com cerca
de 50 elementos vindos de 14 países, trabalha em proximidade com a Igreja Católica,
especialmente através do CPPMI e das capelanias nacionais ligadas aos ciganos e migrantes. O
encontro de Fátima vai concluir-se com uma missa presidida por D. Joaquim Mendes,
bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade
Humana.