Chefes tradicionais no Zimbábue envolvidos na luta contra a Aids
Genebra (RV) – Está em andamento em Genebra, na Suíça, o primeiro Fórum de
Direitos Humanos dos Soropositivos, no âmbito das Nações Unidas. O encontro está tratando
da importância de não ferir os portadores do HIV nos seus Direitos Fundamentais, inclusive,
como modo de impedir novos contágios.
Nesse contexto, vale ressaltar um Programa
que a Onu está desenvolvendo junto aos chefes tradicionais no Zimbábue, através do
Unaids. Esse plano nacional de erradicação da doença no Zimbabué cobre 70% do país
e tem como objetivo reduzir a transmissão do HIV das mães para os filhos dos 14% registados
em 2010 para 5% em 2015.
Uma das iniciativas conta com a intervenção dos chefes
tradicionais, como é o caso do projeto Pandere (Fórum dos homens sobre as diferenças
de gênero). Trata-se de uma organização que trabalha com líderes tradicionais na província
de Mashonaland.
Tradicionalmente, os homens zimbabueanos reúnem-se junto a
uma fogueira ou a uma árvore para debaterem questões da comunidade e tomar decisões,
numa prática que exclui as mulheres e as crianças, e faz com que a maioria das decisões
não levem em conta o ponto de vista das mulheres.
O objetivo do projecto Pandare
é alterar esta prática exclusiva dos homens através do recurso aos líderes tradicionais
e religiosos - os avôs, pais, tios e irmãos - para discutirem a igualdade entre homens
e mulheres. Nestes debates, está incluída a mobilização dos homens para o apoio aos
programas para impedir novas infecções com o HIV entre as crianças. (ONU/ED)