Senado Federal dedica sessão à Campanha da Fraternidade-2012
Brasília (RV) – O Senado Federal homenageou na manhã desta segunda-feira, 19,
a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pelo lançamento de mais uma Campanha
da Fraternidade. A solenidade foi proposta pelo Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Ao
abrir a sessão, o Presidente do Senado, José Sarney, destacou a importância das Campanhas
da Fraternidade para a promoção e reflexão de temas relevantes para a realidade brasileira.
Ele recordou o ano de 1964, lançamento da primeira edição da CF, lembrando Dom Eugênio
Sales e "o jovem Dom Helder Câmara".
Sarney elogiou a ação da CNBB e afirmou
que a Campanha da Fraternidade de 2012 está correta em afirmar que a saúde pública
no Brasil "não vai nada bem": "A Campanha da Fraternidade tem razão quando diz que
o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade
e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados desse serviço. Infelizmente,
nós lidamos com a ausência de recursos e os investimentos não acontecem na escala
necessária".
O Senador Ricardo Ferraço disse que a Campanha da Fraternidade
alcança vários níveis sociais, não apenas o cristão. "É importante frisar que as Campanhas
da Fraternidade, de longa data, não são voltadas apenas paras as comunidades cristãs,
mas sim para todo cidadão, cidadã desse nosso imenso Brasil. A CF é um dos pilares
para a construção do edifício da cidadania e da ética neste país", destacou o senador.
Em
nome da CNBB, o Secretário-Executivo da Campanha da Fraternidade, Padre Luiz Carlos
Dias, agradeceu a homenagem e reafirmou que "a saúde pública não vai bem", apesar
de avanços como a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida
no país. O padre também destacou empenho da Igreja Católica pela maior participação
da população no controle externo da saúde, incentivando a atuação nos Conselhos Municipais
de Saúde.
O Senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) destacou a corrupção como
a principal causa da situação precária verificada nos hospitais públicos do país.
Para ele, o desvio de recursos tem impedido a estruturação dos serviços nos pequenos
municípios, resultando na concentração de médicos nos grandes centros.
Na opinião
do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF), saúde não é apenas uma questão social, mas
uma questão ética. "Dependendo da sua renda, você pode ter uma vida mais longa ou
uma vida mais curta. Essa imoralidade não pode continuar", disse.