Nova Evangelização: "Evangelii Nuntiandi" e ação evangelizadora mediante ministérios
diversificados
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado à nova
evangelização. Justamente diante da urgência da nova evangelização que o Papa Bento
XVI convocou para o mês de outubro próximo o Sínodo dos Bispos que terá como tema
"A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".
De fato, em vista desse
evento de grande importância para a Igreja no mundo inteiro, estamos revisitando alguns
documentos magisteriais pertinentes à missionariedade da Igreja. Prosseguimos assim
a nossa revisitação à Exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi" para nesta edição
concluir o VI e penúltimo capítulo, que trata dos obreiros da evangelização. Ao desenvolver
o tema, o capítulo fala de "tarefas diversificadas". Na edição passada trouxemos o
número 71, que trata da ação evangelizadora da família.
Por sua vez, o número
72 trata dos jovens, destacando, dentre outras coisas, que "é necessário que os jovens,
bem formados na fé e na oração, se tornem cada vez mais os apóstolos da juventude",
para depois afirmar que a Igreja põe grandes esperanças na generosa contribuição deles.
E
passemos imediatamente ao nº 73, que conclui o capítulo VI e trata de Ministérios
diversificados. Diz o texto:
Ministérios diversificados
73. "Assim,
a presença ativa dos leigos nas realidades temporais assume toda a sua importância.
No entanto, é preciso não descurar ou não deixar no esquecimento outra dimensão: os
leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os
próprios Pastores ao serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da
mesma, pelo exercício dos ministérios muito diversificados, segundo a graça e os carismas
que o Senhor houver por bem depositar neles (...) É certo que, ao lado dos ministérios
ordenados, graças aos quais alguns fiéis são colocados na ordem dos Pastores e passam
a consagrar-se de uma maneira particular ao serviço da comunidade, a Igreja reconhece
também o lugar de ministérios não-ordenados, e que são aptos para assegurar um especial
serviço da mesma Igreja. Um relance sobre as origens da Igreja é muito elucidativo
e fará com que se beneficie de uma antiga experiência nesta matéria dos ministérios,
experiência que se apresenta válida, dado que ela permitiu à Igreja consolidar-se,
crescer e expandir-se. O atender assim às fontes, deve ser completado ainda pela atenção
às necessidades atuais da humanidade e da mesma Igreja. O ir beber nestas fontes sempre
inspiradoras, e o nada sacrificar destes valores, mas saber adaptar-se às exigências
e às necessidades atuais, constituem a base sobre que há de assentar a busca sapiente
e o colocar na devida luz os ministérios de que a Igreja precisa e que bom número
dos seus membros hão de ter a peito abraçar para uma maior vitalidade da comunidade
eclesial. Tais ministérios virão a ter um verdadeiro valor pastoral na medida em
que se estabelecerem com um respeito absoluto da unidade e aproveitando-se da orientação
dos Pastores, que são precisamente os responsáveis e os artífices da mesma unidade
da Igreja. Tais ministérios, novos na aparência mas muito ligados a experiências
vividas pela Igreja ao longo da sua existência, por exemplo, os de catequistas, de
animadores da oração e do canto, de cristãos devotados ao serviço da Palavra de Deus
ou à assistência aos irmãos em necessidade, ou ainda os de chefes de pequenas comunidades,
de responsáveis por movimentos apostólicos, ou outros responsáveis, são preciosos
para a implantação, para a vida e para o crescimento da Igreja e para a sua capacidade
de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes. Nós
somos devedores também da nossa estima particular a todos os leigos que aceitam consagrar
uma parte do seu tempo, das suas energias e às vezes mesmo a sua vida toda, ao serviço
das missões.
Para todos os obreiros da evangelização é necessária uma preparação
séria; e é necessária de modo muito particular para aqueles que se dedicam ao ministério
da Palavra. Animados pela convicção, incessantemente aprofundada, da nobreza e da
riqueza da Palavra de Deus, aqueles que têm a missão de a transmitir devem dedicar
a maior atenção à dignidade, à precisão e à adaptação da sua linguagem. Todos sabem
que a arte de falar se reveste hoje em dia de uma grandíssima importância. E como
poderiam então os pregadores e os catequistas descurá-la? (...)"
Amigo ouvinte,
ao tratar da questão dos obreiros da evangelização, é bom lembrar que a obra humana
deve ser considerada instrumental. É o Espírito Santo que, de certo modo, expande
a si mesmo no mundo quando evangeliza. Ademais, como já afirmamos quando nos ocupamos
dos sujeitos da evangelização, o sujeito fundamental da evangelização é a Igreja como
tal. E como tudo aquilo que a Igreja faz é evangelização, na Igreja tudo deve ter
como centro Jesus Cristo, único salvador.
Amigo ouvinte, até a próxima semana,
se Deus quiser! (RL)