2012-03-17 10:44:35

Editorial: Onde está Deus?


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 O mundo inteiro ficou chocado nesta semana com a notícia de um acidente rodoviário envolvendo um ônbius belga repleto de crianças que retornavam à casa depois de uma semana de férias e diversões entre as montanhas. O acidente ocorreu no sul da Suiça, dentro de um túnel e causou a morte de 28 pessoas, entre as quais 22 crianças. Os pêsames pela morte das crianças brotaram de todos os cantos do mundo. Inclusive o Papa Bento XVI enviou uma mensagem, afirmando que reza pelas vítimas e se solidariza com as famílias atingidas pelo acidente, cuja dinâmica ainda deve ser esclarecida.
Diante de tamanha dor, vivida pelas famílias das vítimas, brotou uma pergunta, que sempre surge em momentos como esse e que expressa a tristeza que sacode o ser humano, “Onde está Deus?”. Onde está Deus nesse momento?
Quando acidentes desse tipo, com a presença de crianças cheias de vida e futuro, nos colocam diante dos olhos interrogações que talvez somente a fé pode responder, nos sentimos pequenos, infinitamente pequenos, desprovidos de qualquer força e poder. “Espero que a fé possa ajudar os pais, as famílias, disse um bispo belga”.
Eventos como este, junto com as castástrofes naturais, as guerras, que ceifam vidas inocentes, e que não são lembradas, trazem à tona muitas vezes a indignação para com Deus, como se Ele fosse o responsável, tivesse parcela de culpa. A dor é tão grande que não encontramos onde nos agarrar, e nos agarramos N’Ele, mas ao mesmo tempo sentimo-nos órfãos naquele momento, pela falta de respostas. Junto com a dor permanece a pergunta onde está Deus?
A fé nos leva a responder que Deus está com quem sofre, com quem sente dor e morre, porque é um Deus conosoco, presente na vida do homem em cada instante.
No ano de 2006 quando Bento XVI visitou a Polônia, também visitou o Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, onde milhares de pessoas foram mortas pelo regime nazista. Ali, tendo diante de si inúmeras cruzes, que lembram mortos de várias nacionalidades, ele também fez perguntas que correram o mundo:
“Em um lugar como este faltam as palavras; no fundo, só há espaço para um atônito silêncio, um silêncio que é um grito interior para Deus: por que te calaste? Por que quiseste tolerar tudo isso?” O Sucessor de Pedro, continuou: “Onde estava Deus nesses dias? Por que se calou? Não podemos escrutar o segredo de Deus, só fragmentos, e nos enganamos quando queremos converter-nos em juízes de Deus e da história”.
Diante dos mistérios da vida, o homem – sobretudo quem crê – deve saber calar; deve saber colocar suas interrogações no coração de Deus.
A morte de inocentes sacode ainda mais a nossa consciência e provoca uma dor a partilhar, pelo fato de que os pequeninos não tiveram a oportunidade de desfrutar uma vida ao lado de seus entes queridos, que tentam sufocar a dor com os por quês?
Certamente Deus estava com aquelas crianças naquele momento e certamente está com o seus familiares. Palavras não bastam para expressar sentimentos, mas o silêncio da oração e da entrega nas mãos daquele que tudo pode, nos ajuda ter aquela serenidade para olhar o futuro com esperança. (Silvonei José)








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