2012-03-13 18:46:18

Crise alimentar no Sahel: 70 milhões de dólares para evitar desastre na região


Roma (RV) – Vários países da região do Sahel, na África Ocidental, precisam de apoio urgente para evitar uma crise de segurança alimentar e nutricional generalizada. Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), alerta para a necessidade de se proteger e restaurar os meios de subsistência das comunidades dependentes da pecuária e agricultura naquela região do globo.

A agência precisa de um financiamento adicional de, pelo menos, 69 milhões e 800 mil dólares, para prestar assistência a 790 mil famílias vulneráveis de agricultores e pastores, atingidos por um ciclo de crises alimentares recorrentes.

Estima-se que 15 milhões de pessoas estejam em risco de insegurança alimentar no Sahel, em parte devido à queda, localizada mas significativa, na produção agro-pastoril. As pessoas afetadas são aproximadamente 5 milhões e meio no Níger (35% da população), 3 milhões no Mali (20%), 1,7 milhões no Burkina Faso (10%), 3,6 milhões no Chade (28%), 850 mil no Senegal (6%), 713,5 mil na Gâmbia (37%) e 700 mil na Mauritânia (22%).

A iminência de uma crise deve-se a uma combinação de fatores, entre eles: seca; quedas acentuadas na produção de cereais e os elevados preços dos grãos; falta de ração para o gado; redução das remessas de trabalhadores emigrantes em diversos países; degradação ambiental; deslocamentos; e pobreza crônica aprofundada pela crise.

A produção total de cereais no Sahel em 2011 foi em média 25% inferior à de 2010 e 50% inferior no Chade e na Mauritânia. Em outros países, houve também reduções localizadas de produção alimentar (até 80%), de acordo com a Rede de Prevenção de Crises Alimentares (RPCA), um fórum que inclui governos, doadores e outras entidades envolvidas nas questões de segurança alimentar na África Ocidental.

Foi também relatado um aumento no número de pessoas deslocadas na região. Cerca de 63 mil deslocados internos no Mali fugiram dos conflitos no norte do país, e mais de 60 mil refugiados nos países vizinhos do Mali.

“É necessário agir para evitar uma deterioração maior da situação de segurança alimentar e para impedir uma crise alimentar e nutricional em grande escala”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.

“Parte da solução consiste em melhorar o acesso dos agricultores e pastores aos mercados, incentivar a utilização da produção local, e aplicar boas práticas na redução de riscos e que reforcem a sua resiliência”, acrescentou. (FAO/ED)








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