Síria: solução deve respeitar cultura e história do povo
Damasco (RV) – O enviado da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, finalizou
este domingo sua missão ao país sem chegar a um acordo, porém se declarou "otimista"
quanto ao futuro, enquanto as tropas do regime sírio estreitaram o cerco à cidade
rebelde de Idleb.
Depois de se reunir pela segunda vez com o presidente sírio,
Bachar al Asad, Annan deixou Damasco com esperanças de que haverá progressos para
resolver a crise que já dura quase um ano e que, segundo a ONU, já provocou 7.500
mortos.
Annan afirmou que é necessário o fim da violência, o acesso às organizações
humanitárias às zonas atingidas e o estabelecimento de um diálogo entre as partes.
Em seu último dia de missão, Annan se reuniu também com os líderes das comunidades
religiosas na Síria, entre eles o patriarca da Igreja Greco-Ortodoxa, Zaka Iwas.
Por
sua vez, o Vigário Apostólico de Aleppo, o franciscano Giuseppe Nazzaro, pediu ao
Ocidente que ajude a melhorar a Síria, levando em consideração a história e a cultura
da nação.
"Cada país tem algo a melhorar: o Ocidente ajude a corrigir e a
melhorar a Síria sem impor a própria ideologia, mas deixando que amadureça a sua consciência.
Isso o Ocidente deve entender. Não se pode pensar somente na parte econômica, no comércio
e nos interesses geopolíticos", afirmou o Vigário à Agência Fides.
"A questão
síria - acrescentou - deve ser necessariamente inserida no contexto do Oriente Médio
e de suas recentes mudanças, analisando o quadro no conjunto. A situação síria não
nasceu hoje, mas tem raízes antigas. Ao enfrentá-la, se deve levar em consideração
a história, a cultura e as expectativas de todo um povo".
Annan se encontra
em Doha, Catar, para se reunir com membros da oposição síria em exílio.