Santa Sé lamenta violência contra crianças no mundo
(10/3/2012) O representante da Santa Sé no Conselho dos Direitos Humanos das Nações
Unidas, em Genebra, Suíça, manifestou a sua preocupação pela violência exercida contra
as crianças no mundo. D. Silvano Tomasi afirmou que 300 mil crianças estão envolvidas
atualmente em mais de 30 conflitos armados e que a maioria dessas crianças é recrutada
de modo “brutal”. Numa intervenção proferida na 19ª sessão do conselho, este arcebispo
italiano destacou ainda que há 215 milhões de crianças que trabalham, 115 mil das
quais em trabalhos perigosos. O prelado manifestou preocupação pelo bem-estar físico,
psicológico e espiritual dos menores, encorajando a ratificação do Protocolo Opcional
à Convenção de Direitos Humanos da Criança. “Cada membro da família humana deve
dividir a responsabilidade para proteger as crianças, garantindo-lhes o direito a
dignidade”, disse. Reforçou, portanto, o convite do Secretário Geral da ONU, Ban
Ki-Moon, encorajando a ratificação do Protocolo Opcional à Convenção de Direitos Humanos
da Criança.
O prelado repropôs as palavras do representante da Onu: “a infância
é um tempo de inocência e aprendizagem, um tempo para construir o caráter e encontrar
a estrada segura para a vida adulta. Mas a triste verdade é que demasiadas crianças
sofrem, no mundo de hoje, vitimas de abusos”.
Referiu então os dados de que
300 mil crianças atualmente estão envolvidas em mais de 30 conflitos ao redor do mundo,
sendo usadas como combatentes, mensageiros, traficantes, objeto de abusos sexuais.
Dom Silvano ressaltou que a violência sexual contra as crianças é particularmente
grave e requer especial atenção, não somente de governos e forças oficiais, mas também
de cada componente da sociedade. “Cada membro da família humana deve dividir a responsabilidade
para proteger as crianças, garantindo-lhes o direito á dignidade”, disse o representante
da Santa Sé. A esse respeito, reforçou ainda que a Santa Sé está a tomar as medidass
contra os abusos dentro da Instituição católica. Noutra intervenção no Conselho
dos Direitos Humanos da ONU, D. Silvano Tomasi abordou a discriminação e violência
de género, sublinhando que os princípios proclamados na Declaração Universal dos Direitos
do Homem já abrangem tais questões e garantem que não deve existir qualquer discriminação. “As
novas tentativas de criar direitos para as minorias, para pequenos grupos, não vão
na direção correta”, alertou o arcebispo, para quem “os direitos particulares vão
enfraquecer o princípio da universalidade dos direitos”. “Este é o ponto crucial
a ser levado em consideração”, observou, antes de criticar a introdução do “matrimónio
entre pessoas do mesmo sexo”, por considerar que se trata de “uma interpretação nova
desta instituição”.