2012-03-10 16:18:10

Padre Federico Lombardi fala sobre relatório estadunidense


Cidade do Vaticano (RV) - O Relatório anual estadunidense sobre “Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos”, citou este ano a Santa Sé na lista de países objeto de “preocupação” do ponto de vista da lavagem de dinheiro ou outros crimes financeiros. Isso tem atraído uma certa atenção e resultou em vários comentários muitas vezes não bem informados. Neste sentido, a Rádio Vaticano fez algumas perguntas ao Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi:

P. - Padre Lombardi, o relatório estadunidense suscitou interrogações, porque insere a Santa Sé entre os países sujeitos a “preocupação” ...

R. - Em primeiro lugar, devemos observar cuidadosamente os diferentes critérios pelos quais os países são incluídos nas várias listas do Relatório. Trata-se de um complexo conjunto de critérios, entre os quais se encontram seja os volumes de fluxos de lavagem de dinheiro, seja as normativas atuadas no campo do combate à lavagem de dinheiro, seja outros fatores. Tanto é verdade que na lista de países objeto de “primária preocupação”, ou seja, de maior atenção, não se encontra a Santa Sé, mas sim países como Itália, França, Alemanha, Reino Unido e os próprios Estados Unidos, obiviamente devido às dimensões da economia e portando dos problemas de reciclagem nestes países.

P. – Mas chamou a atenção que esta é a primeira vez que o Relatório menciona a Santa Sé. É um sinal de novas preocupações?

R. - A Santa Sé foi incluída pela primeira vez entre os países mencionados no relatório. Isto tem levantado questões, mas na realidade não é de se surpreender. O relatório mesmo observa que precisamente durante o ano de 2011 a Santa Sé tornou-se um observador ativo do Moneyval, isto é, deu início à sua inclusão participativa no sistema internacional de controles de atividades financeiras para a luta contra o terrorismo e a droga. É, portanto, natural que agora seja incluída no Relatório ao contrário do passado.

P. - Mas não é estranho ou assustador que a Santa Sé seja incluída na lista de países objetos de “preocupação”?

R. - Não. É natural que a Santa Sé seja analisada no Relatório nesta categoria. Esta é de fato a categoria na qual se encontram os países que são objeto de uma avaliação mais aprofundada quanto à eficácia de leis contra crimes financeiros. Isto corresponde à situação atual da Santa Sé, que solicitou o iniciar do processo de avaliação por parte de Moneyval, processo que - como é de conhecimento de todos - ainda está em andamento e vai exigir diferentes fases e mais tempo. A Santa Sé já criou e está criando leis, regulamentos e medidas neste sentido. Pode-se observar, por exemplo - como aparece em uma das tabelas - que o Relatório em questão diz respeito ao ano passado e portanto ainda não foi informado sobre a recente ratificação por parte da Santa Sé de algumas convenções internacionais, que teve lugar precisamente em janeiro.

P. - Então, nenhum novo motivo de "escândalo" financeiroa para a Santa Sé?

R. - Não, pelo contrário, eu diria que a notícia da inclusão da Santa Sé no Relatório dos EUA, para quem o sabe ler, é uma “não notícia”, ou se você quer, uma “boa notícia”, porque reflete com exatidão a realidade do “engajamento ativo atual da Santa Sé para um plena transparência das atividades econômicas e financeiras. (SP)







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