2012-03-08 16:17:21

Nova Evangelização: "Evangelii Nuntiandi" e ação evangelizadora da família – Igreja doméstica


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, chegamos ao nosso espaço de formação e aprofundamento do nosso programa, espaço este que no último dia 2 completou três anos. Trata-se de um espaço que – com seus vários quadros – busca responder ao nosso propósito não somente de informar, mas também de formar, reservando um momento que seja, esperamos, também de enriquecimento para todos nós.

E voltamos assim ao nosso encontro dedicado à nova evangelização, como já ressaltado, "não um modismo na Igreja, mera elucubração teológica, mas uma necessidade dos nossos tempos".

Na edição passada prosseguimos nossa revisitação à "Evangelii Nuntiandi", Exortação Apostólica de 8 de dezembro de 1975. Nela o Papa Paulo VI recolhe os resultados da Terceira Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada de 27 de setembro a 26 de outubro de 1974, dedicada ao tema "A evangelização no mundo moderno".

O Papa Montini nos fala dos tempos novos da evangelização, prefigurando e preparando o terreno para a nova evangelização. Efetivamente, nas últimas décadas tem-se falado inclusive da urgência da nova evangelização, um dos grandes desafios para a Igreja no mundo inteiro.

Recordamos que a nova evangelização ganhou força no Pontificado de João Paulo II, merecendo não menos atenção do atual Pontífice. De fato, Bento XVI convocou a XIII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, que terá como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã, a realizar-se, no Vaticano, de 7 a 28 de outubro deste ano.

"Retomando a reflexão até agora realizada sobre o tema, a Assembleia sinodal terá por objetivo analisar a situação atual nas Igrejas particulares, para traçar, em comunhão com o Santo Padre Bento XVI, Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja, novas formas e expressões da Boa Notícia que devem ser transmitidas ao homem contemporâneo com renovado entusiasmo, próprio dos santos, alegres testemunhas do Senhor Jesus Cristo, «Aquele que era, que é e que há de vir» (Ap. 4, 8). É um desafio a retirar, como o escriba que se tornou discípulo do Reino dos céus, coisas novas e coisas antigas do precioso tesouro da Tradição (cf. Mt. 23, 52)" (prefácio dos Linementa).

É também nesse sentido (de retirar coisas novas e coisas antigas do precioso tesouro de que dispomos) que se insere a nossa revisitação a alguns documentos magisteriais pertinentes à missionariedade da Igreja, como estamos fazendo, nesta fase com a "Evangelii Nuntiandi".

Ressaltamos que estamos nos ocupando do capítulo VI da Exortação Apostólica, capítulo este que trata dos "obreiros da evangelização".

Ao tratar da obra da evangelização, o capítulo em questão fala de "tarefas diversificadas": o texto passa a recordar, em breves palavras, essas tarefas, começando pelo sucessor de Pedro (nº 67), para depois tratar dos bispos e sacerdotes (nº 68), os religiosos (nº 69), os leigos (nº 70) – deste último nos ocupamos na edição passada.

Na edição de hoje trazemos o nº 71, que prossegue descrevendo as diferentes tarefas evangelizadoras ocupando-se da família. Diz o breve texto:

Família

71. "No conjunto daquilo que é o apostolado evangelizador dos leigos, não se pode deixar de pôr em realce a ação evangelizadora da família. Nos diversos momentos da história da Igreja, ela mereceu bem a bela designação sancionada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II: "Igreja doméstica".(106) Isso quer dizer que, em cada família cristã, deveriam encontrar-se os diversos aspectos da Igreja inteira. Por outras palavras, a família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e donde o Evangelho irradia.
No seio de uma família que tem consciência desta missão, todos os membros da mesma família evangelizam e são evangelizados. Os pais, não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido. E uma família assim torna-se evangelizadora de muitas outras famílias e do meio ambiente em que ela se insere. Mesmo as famílias surgidas de um matrimônio misto têm o dever de anunciar Cristo à prole, na plenitude das implicações do comum batismo; além disso, incumbe-lhes a tarefa que não é fácil, de se tornarem artífices da unidade."

De fato, na reunião do 12º Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, realizada dias atrás (16.02), no Vaticano, os cardeais e prelados participantes, ao examinarem o esboço do Instrumentum laboris (Instrumento de trabalho) do próximo Sínodo, identificaram que a "crise da fé" atual é, também, uma "crise de transmissão" da própria fé. Desafio que olha, sobretudo, para a família, definida "o lugar originário da transmissão da fé", quer no que tange ao conteúdo, quer no que diz respeito a questões práticas.

Amigo ouvinte, por hoje nosso espaço já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)







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