2012-03-08 12:02:48

Caritas apresenta relatório sobre "rosto feminino da migração"


Roma (RV) - Hoje em dia, emigram mais mulheres do que nunca e o fazem em busca de uma vida melhor. Todavia, a Caritas Internacional denuncia que não existem sistemas eficazes para evitar a exploração e os maus-tratos. Num relatório publicado nesta quarta-feira, 7 de março, a Caritas afirma que os governos e os serviços sociais que se ocupam dos migrantes necessitam abordar as necessidades específicas das mulheres que decidem sair de seus países.

Em seu relatório ("O rosto feminino da migração: incidência e melhores práticas para as mulheres que emigram e as famílias que ficam para trás"), a Caritas documenta os desafios que mais de 100 milhões de mulheres devem enfrentar ao sair de seus países e viajar sem suas famílias. Algumas encontram melhores trabalhos, oportunidades de formação e mais liberdade. Todavia, com demasiada frequência, durante a viagem ou após sua chegada ao país de destino, são enganadas, maltratadas, violentadas ou discriminadas.

"É preciso mudar urgentemente nossa maneira de pensar a emigração feminina, porque os sistemas existentes fracassam ao não protegê-las", afirma Martina Liebsch, da Caritas Internationalis.

"Com frequência, afirma ela, os maus-tratos às mulheres migrantes são invisíveis. Ocorrem em domicílios privados, na quais têm jornadas de trabalho muito longas e são injustamente remuneradas. Ou acabam caindo nas mãos de traficantes de pessoas, que as obrigam à prostituição. Muitas vezes, os contratos de trabalhos são semelhantes à escravidão."

A Caritas pede que as mulheres possam emigrar em condições de segurança e proteção. Exige que os países adotem medidas para protegê-las, incluindo assessoria antes que deixem o país, um registro de refugiados e inspeções no local de trabalho.

Outra preocupação da Caritas são as famílias que ficaram para atrás, as mães que se separam de seus filhos ao emigrar: "Muitas mulheres deixam seus filhos em seu país às vezes para cuidar dos filhos de outras pessoas no exterior. Os filhos das migrantes ficam com outros familiares e crescem sem suas mães. Precisamos de políticas que permitam às famílias permanecer unidas ou, pelo menos, que ofereçam proteção social às crianças que ficam para trás", afirma Liebsch, que conclui:

"As mulheres migrantes não são vítimas por sua própria natureza, mas por causa de sistemas injustos, preconceitos e maus-tratos. Chegou a hora de avaliar sua contribuição para a sociedade, fazendo políticas de migração que as defendam e protejam".
(BF)







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