2012-03-07 12:00:35

Papa: "Deus nos fala por meio do silêncio"


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Cidade do Vaticano (RV) - Esta quarta-feira de sol marcou o retorno das audiências semanais do Papa à Praça São Pedro. Milhares de fiéis participaram do encontro, alegrando e colorindo a praça com cantos e bandeiras.

Concluindo sua série de catequeses sobre a oração de Jesus na cruz, Bento XVI abordou hoje o tema da Palavra e do Silêncio, que interessam duplamente nossa vida de oração: antes de tudo, precisamos do silêncio interior e exterior para ouvir a Palavra de Deus, para que sua mensagem permaneça em nós.

Em segundo lugar, o Papa explicou que o silêncio de Deus diante de nossa oração não deve ser visto como um sinal de ausência, pois sabemos que o Senhor está presente e escuta, mesmo nas trevas da dor, do rechaço e da solidão: “Jesus nos conhece em nosso íntimo e nos ama, e isto deve ser suficiente” - garantiu.

Bento XVI concluiu que Jesus “é nosso maior professor de oração; com ela, nós aprendemos a conversar intimamente com nosso Pai no Céu como filhos e filhas. É neste diálogo filial que reconhecemos os vários dons de Deus e obedecemos aos seus desígnios, que dão significado e direção às nossas vidas”.

Como sempre, o Pontífice resumiu sua catequese em várias línguas. Em português, estas foram as suas palavras:

“Queridos irmãos e irmãs,

Na conclusão da reflexão sobre alguns aspectos da oração de Jesus, é necessário tratar de um elemento importante da Sua relação com o Pai do Céu: o silêncio. Na Cruz vemos que o silêncio de Jesus é a sua última palavra ao Pai, mas vemos também como Deus fala através do silêncio. De fato, a dinâmica feita de palavra e silêncio, que caracteriza a oração de Jesus, manifesta-se também na nossa vida de oração em duas direções. Por um lado, nos ensina que a escuta e o acolhimento da Palavra de Deus exigem o silêncio interior e exterior, afastando-nos de uma cultura barulhenta que não favorece o recolhimento. Por outro lado, há também o silêncio de Deus na nossa oração, que muitas vezes gera em nós a sensação de abandono. Mas, olhando para o exemplo de Cristo, sabemos que esse silêncio não é ausência: Deus está sempre presente e nos escuta. E, assim, podemos dizer que Jesus nos ensina a rezar, não só com a oração do Pai nosso, mas também com o exemplo da sua própria oração, indicando-nos que temos necessidade de momentos tranqüilos vividos na intimidade com Deus, para escutarmos e chegarmos à «raiz» que sustenta e alimenta a nossa vida.

Queridos peregrinos vindos do Brasil e de outros países de língua portuguesa: sede bem-vindos! Pedi sempre confiadamente ao Senhor de poder viver o caminho da vossa oração filial, aprendendo diariamente de Jesus como deveis dirigir-vos a Deus. E que as Suas bênçãos desçam sobre vós e vossas famílias!”.

Encerrando a audiência, Bento XVI saudou Sua Beatitude Nerses Bedros XIX Tarmouni, Patriarca da Silícia dos Armênios Católicos e os Bispos que vieram a Roma de vários continentes para participar do Sínodo. O Papa agradeceu-lhe sinceramente pela fidelidade ao patrimônio de sua longa tradição cristã e ao Sucessor de Pedro, e assegurou que seguirá com suas orações e bênçãos o andamento do Sínodo.

Desejo que os trabalhos sinodais favoreçam ainda mais a comunhão e a concórdia entre os Pastores, para que saibam orientar com renovado ardor evangélico os católicos armênios nos caminhos do generoso e alegre testemunho a Cristo e à Igreja. Também estendo minha atenção às regiões do Oriente Médio, encorajando o clero e os fiéis a perseverar com esperança, mesmo em meio aos sofrimentos que afligem aquele querido povo”.
(CM)








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