Concluindo ciclo de catequeses sobre a oração de Jesus, Bento XVI evoca o silêncio,
"elemento importante da sua relação com o Pai. O Papa preocupado com «graves sofrimentos»
no Médio Oriente
(7/3/2012) Bento XVI manifestou hoje a sua preocupação perante os «graves sofrimentos»
que estão a atingir as populações do Médio Oriente, deixando um “pensamento de oração”
para esta região. O Papa convidou os responsáveis eclesiais a “perseverar com esperança”,
deixando uma saudação particular aos membros do Sínodo dos Arménios Católicos, atualmente
reunido em Roma. Bento XVI manifestou gratidão pela “fidelidade ao património”
da tradição cristã manifestado pelos fiéis da Arménia “nas numerosas provações da
história”. Dos bispos arménios o Papa citou a fidelidade que os sustentou nas provações
e auspiciou que saibam guiar com renovado empenho os seus fiéis. A audiência pública
desta quarta feira , de regresso à Praça de São Pedro num dia de sol, marcou o encerramento
do ciclo de catequeses que Bento XVI dedicou à oração de Jesus desde 30 de novembro
do último ano. Hoje o Papa aprofundou o conceito do silencio de Deus. Sublinhou
que “a escuta e o acolhimento da Palavra de Deus exigem o silêncio interior e exterior,
afastando-nos de uma cultura barulhenta que não favorece o recolhimento”. Nesse
sentido, acrescentou, os católicos devem viver “momentos de silêncio” na sua oração
pessoal e nas celebrações litúrgicas de cada comunidade, destacando a experiência
do “silêncio de Deus” feito na vida quotidiana. Bento XVI evocou a figura de Job,
do Antigo Testamento, que, após ter “perdido tudo” e parecer abandonado, conservou
“intacta” a sua fé e “descobriu o valor do silêncio”. “Este silêncio, como acontece
com Jesus, não é sinal de ausência. O cristão sabe que o Senhor está presente e escuta,
mesma na escuridão da dor, da recusa e da solidão”, disse. Estas as suas palavras
em português:
"Queridos
irmãos e irmãs, Na conclusão da reflexão sobre alguns aspectos da
oração de Jesus, é necessário tratar de um elemento importante da Sua relação com
o Pai do Céu: o silêncio. Na Cruz vemos que o silêncio de Jesus é a sua última palavra
ao Pai, mas vemos também como Deus fala através do silêncio. De fato, a dinâmica feita
de palavra e silêncio, que caracteriza a oração de Jesus, manifesta-se também na nossa
vida de oração em duas direções. Por um lado, nos ensina que a escuta e o acolhimento
da Palavra de Deus exige o silêncio interior e exterior, afastando-nos de uma cultura
barulhenta que não favorece o recolhimento. Por outro lado, há também o silêncio de
Deus na nossa oração, que muitas vezes gera em nós a sensação de abandono. Mas, olhando
para o exemplo de Cristo, sabemos que esse silêncio não é ausência: Deus está sempre
presente e nos escuta. E, assim, podemos dizer que Jesus nos ensina a rezar, não só
com a oração do Pai nosso, mas também com o exemplo da sua própria oração, indicando-nos
que temos necessidade de momentos tranqüilos vividos na intimidade com Deus, para
escutarmos e chegarmos à «raiz» que sustenta e alimenta a nossa vida."
Não
faltou, como sempre, uma saudação aos diversos grupos de peregrinos lusófonos:
"Queridos
peregrinos vindos do Brasil e de outros países de língua portuguesa: sede bem-vindos!
Pedi sempre confiadamente ao Senhor de poder viver o caminho da vossa oração filial,
aprendendo diariamente de Jesus como deveis dirigir-vos a Deus. E que as Suas bênçãos
desçam sobre vós e vossas famílias."