Saúde: ONU luta pelo fim da mutilação genital feminina
Nova Iorque
(RV) – A Embaixadora da Boa Vontade do UNICEF e ganhadora de um prêmio Grammy,
Angelique Kidjo, apresentou recentemente um concerto especial nas Nações Unidas dedicado
aos esforços mundiais para colocar fim à mutilação genital feminina.
A cantora
do Benin fez um chamamento às nações para que assinem uma resolução que coloque fim
a essa prática. Todos os anos, cerca de 3 milhões de meninas passam por esse ritual
que faz parte da tradição de muitas tribos africanas, mas que também acontece na Ásia
e no Oriente Médio.
Kerry Kennedy, presidente do Centro Robert Kennedy sobre
Justiça e Direitos Humanos, falou durante o evento, que aconteceu na Sede da ONU,
em Nova Iorque.
“Cerca de 140 milhões de mulheres e meninas tiveram sua “roupa”
interior retirada à força, as pernas abertas contra a vontade e as genitalias cortadas
com ajuda de ferramentas como pedras, facas ou lâminas de barbear, tudo com muita
crueldade”.
Por outro lado, apesar de ter crescido na África, Angelique Kidjo
sente-se com sorte por não ter sido mutilada, já que seu pai não concordava com a
tradição.
“Pai de 10 crianças, entre elas 3 meninas, meu pai revoltou-se contra
a sociedade e rechaçou tudo aquilo que nos poderia provocar danos físicos que se chamava
tradição. Se meu pai foi capaz de fazer isso, então eu acredito que cada mulher e
cada homem africano possam fazer o mesmo”.
Michelle Bachelet, diretora executiva
da ONU Mulheres, também esteve presente no concerto.
“A única maneira de eliminar
a violência contra mulheres e meninas e, claro, práticas como a mutilação genital
feminina é por meio dos avanços das mulheres pelos quais devemos elevar nossas vozes
e, porque não, também cantar para que as nossas vozes possam chegar mais longe”.