Roma (RV) - Um comando de homens armados sequestrou na manhã desta quarta-feira,
29 de fevereiro, dois cristãos paquistaneses, Symond Andre e Javed Masih, funcionários
administrativos do hospital Bom Samaritano, na Província de Sindh. O hospital, que
se encontra na periferia de Orange, bairro muito pobre, é administrado por uma Ong
coreana.
Segundo as primeiras reconstruções da polícia, o grupo armado parou
um automóvel do hospital, em busca de “trabalhadores coreanos” mas, não encontrando
pessoas estrangeiras, levou os dois cristãos. O episódio chocou a comunidade cristã
da cidade. O Responsável pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Karachi, Padre
Saleh Diego, explicou à agência Fides: “Estamos indignados. Deploramos este gesto
que atinge pessoas que dão a vida para curar os enfermos e os pobres, para aliviar
o sofrimento dos cidadãos paquistaneses, sem alguma discriminação. É um gesto contra
a vida, contra a dignidade humana, contra a legalidade”.
Em particular, disse
o sacerdote, “tais sequestros visam pessoas ocidentais ou estrangeiras, que trabalham
em Ongs e em obras humanitárias. É uma mentalidade terrível. Segundo os grupos extremistas,
os agentes sociais difundem uma cultura anti-islâmica, mas isso é falso. Os cristãos
paquistaneses são alvos dos fundamentalistas porque são associados ao Ocidente, somente
porque pedem direitos e dignidade para todos”.
Seqüestros com a finalidade
de extorsão são frequentes no Paquistão: as vítimas muitas vezes são vendidas a grupos
talebãs ou ligados a Al Qaeda. A libertação, nesses casos, se tonra muito mais difícil.
No último mês de janeiro em Multan (no Punjab) foram sequestrados dois agentes humanitários
ocidentais, o italiano Giovanni Lo Porto e o alemão Bernd Johannes da Ong alemã “Welthungerhilfe”.
Os dois ainda estão nas mãos dos talebãs. Entre os outros recentes sequestrados se
encontram um agente humanitário queniano em Sindh e um inglês da Cruz Vermelha em
Quetta. (SP)