2012-03-01 12:24:43

Cardeal Bagnasco: homem tem primazia sobre a economia


Londres (RV) - “O homem e seu verdadeiro bem tem a primazia antes da atividade econômica como, mais amplamente, na organização social e na vida política”, porque “o verdadeiro capital a ser cuidado e valorizado é o homem, a pessoa, em sua integralidade”, e é “Deus que garante o desenvolvimento do homem”, como escreve Bento XVI em sua encíclica “Caritas in veritate”. É o que destacou o Arcebispo de Gênova e Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Ângelo Bagnasco, falando sobre “Uma economia para o homem e para a sociedade”, ontem à noite em Londres, na sede da London School of Economics, a convite da Italian Society.

Hoje, como aponta o Papa, “a questão social tornou-se questão radicalmente antropológica”: por isso, para o Cardeal Bagnaco, a centralidade “daquele conjunto de valores fundamentais e irrenunciáveis que fazem parte da chamada ‘ética da vida’ e que são a vida desde sua concepção até o fim natural, a família formada por um homem e por uma mulher alicerçada sobre o matrimônio, a liberdade de religião e de educação”. Valores, estes, não negociáveis, e dos quais nascem “aqueles valores que constituem a ética social em seus diversos aspectos”.

A cultura atual, pelo contrário, “é de matriz individualista”, e “condena” o homem “à solidão consigo mesmo”, porque se baseia sobre a “ética da escolha”, e não sobre a “ética dos valores”. A crise atual, para o Card. Bagnaco, é fruto de “mentalidade equivocada, economicista, que está envenenando países diferentes por história, situação e cultura”. Por exemplo, o Presidente da CEI citou o “luxo que não se envergonha diante da miséria mais trágica”, ou “determinadas concentrações de poder nas mãos de poucos diante de massas que não podem e nem conseguem sequer decidir e agir com responsabilidade própria”.

“A ganância, facilitada e incentivada por mecanismos financeiros e especulativos internacionais – é a denúncia do purpurado – criou abismos e ilusões, envenenou a maneira de pensar e de fazer não só dos indivíduos, mas também de economias e nações; levou para um abismo que não podia e não devia durar”. Na “perspectiva materialista”, e economia torna-se “ego-comodismo”, e “antes ou depois desmorona”, lembrou o cardeal: “O livro é um objetivo legítimo, mas quando se torna fim último se volta contra o homem”.

Por isso “o papel insubstituível da política que tem a responsabilidade imprescindível de visão de conjunto e ética – ética racional – para poder garantir não só o quadro jurídico mais adequado para orientar o desenvolvimento e regulamentar as relações de tipo econômico, mas, primeiramente, de projeto de sociedade que responda a aquele humanismo integral e aberto à transcendência e aos outros que construiu a Europa”. (SP)








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