Brasília: organizações pedem reforma agrária ampla e de qualidade
Brasília (RV) - Reunidos em Brasília nos dias 27 e 28 de fevereiro, cerca de
100 dirigentes de diversas organizações, como CPT, Cimi e Caritas Brasileira, participaram
de um ato em prol da reforma agrária.
Ao final do evento, divulgaram um manifesto
em que reforçam a união da luta pelos direitos territoriais e pela produção de alimentos
saudáveis.
No manifesto, analisa-se que "a crise atual é sistêmica e planetária
e, em situações de crise, o capital busca saídas clássicas que afetam ainda mais os
trabalhadores e trabalhadoras com o aumento da exploração da força de trabalho (inclusive
com trabalho escravo)".
Na atual situação de crise, o Brasil, como um país
rico em terra, água, bens naturais e biodiversidade, atrai o capital especulativo
e agroexportador, acirrando os impactos negativos sobre os territórios e populações
indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas. "Externamente, o Brasil
pode se tornar alavanca do projeto neocolonizador, expandindo este modelo para outros
países, especialmente na América Latina e África" – adverte o Manifesto.
As
organizações do campo reafirmam sua luta por um desenvolvimento com sustentabilidade
e focado na soberania alimentar e territorial, a partir de quatro eixos centrais:
reforma agrária ampla e de qualidade; desenvolvimento rural com distribuição de renda
e riqueza e o fim das desigualdades; produção e acesso a alimentos saudáveis e conservação
ambiental; e garantia e ampliação de direitos sociais e culturais que permitam a qualidade
de vida.