Abuja (RV) – Está em andamento em Abuja a Assembleia Plenária da Conferência
Episcopal da Nigéria.
Na pauta dos bispos, os ataques cometidos pela seita
Boko Haram e as mensagens de ameaças que continuam se multiplicando no país. Na abertura
da Assembléia, o Arcebispo de Abuja, Dom John Olorunfemi Onaiyekan, afirmou que "o
perigo está no ar".
"O que é mais preocupante é que aqueles que cometem essa
violência pretendem agir de acordo com uma motivação religiosa e repetidamente afirmaram
que matando outras pessoas, estão promovendo o Islã. Continuamos a nos dizer que o
objetivo deles é transformar a Nigéria num Estado islâmico, com base em sua visão
restrita do Islã. Agradecemos a Deus que a liderança respeitável e respeitada do Islã
em toda a nação claramente renegou e rejeitou esses bandos de fanáticos assassinos",
destacou o Arcebispo.
Além disso, Dom Onaiyekan recordou as vítimas dos atentados
e o grande número de deslocados que fogem por causa da insegurança, advertindo que
existe o perigo de desagregação da comunidade cristã, porque as relações de boa vizinhança
entre cristãos e muçulmanos estão submetidas a um grave estresse.
Dom Onaiyekan
acusou os "engenheiros da divisão" que querem dividir em campos opostos os nigerianos.
E convidou os cristãos ao perdão e à conversão do coração, mas, ao mesmo tempo, chamou
as autoridades às suas responsabilidades para deter a violência.
Uma visão
que é compartilhada pelo Presidente do Senado federal, David Mark, que interveio na
Assembleia Plenária dos Bispos, pedindo aos cristãos que perdoem os agressores, mas
acrescentou: "Enquanto pedimos aos fiéis católicos que perdoem, as leis do Estado
devem ser aplicadas. Não é tarefa do Estado perdoar. O Estado deve fazer de modo que
aqueles que cometem essas atrocidades sejam punidos de modo adequado".