2012-02-28 20:00:46

Nova Evangelização e "Evangelii Nuntiandi": vida consagrada é meio privilegiado de evangelização eficaz


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado à "Nova Evangelização", desafio pastoral para a Igreja no início deste terceiro milênio, solicitada a ter "a coragem de ousar novos caminhos, para atender às mudanças de condições dentro das quais ela é chamada a viver hoje o anúncio do Evangelho" (Lineamenta, nº 5).

Justamente para discutir, debater e refletir sobre essa coragem de ousar novos caminhos, que em outubro deste ano bispos do mundo inteiro se reunirão no Vaticano, de 7 a 28 do referido mês, para a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujos trabalhos serão norteados pelo tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

A nova evangelização busca, justamente, ousar esses novos caminhos para o anúncio do Evangelho ao homem de hoje, mantendo "inalterável o conteúdo da fé", bem sabendo que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Para isso, a nova evangelização propõe-se como "nova em seu ardor, em seus métodos, em suas expressões", para usar palavras de João Paulo II, sobretudo, no seu Magistério dirigido às Igrejas na América Latina (discurso à XIX Reunião do CELAM, 09 de março de 1983).

E passamos à nossa revisitação à "Evangelii Nuntiandi", de 1975, do Papa Paulo VI. Ressaltamos que estamos nos ocupando do capítulo VI da Exortação Apostólica, capítulo este que trata dos "obreiros da evangelização".

Ao tratar da obra da evangelização, o capítulo em questão fala de "tarefas diversificadas": "Toda a Igreja é chamada para evangelizar; no seu grêmio, porém, existem diferentes tarefas evangelizadoras que hão de ser desempenhadas. Tal diversidade de serviços na unidade da mesma missão é que constitui a riqueza e a beleza da evangelização" (Cfr. EN 66).

O texto passa a recordar, em breves palavras, essas tarefas, começando pelo sucessor de Pedro (nº 67) e os bispos e sacerdotes (nº 68), deste último nos ocupamos na edição passada.

Na edição de hoje trazemos o nº 69, que prossegue descrevendo as diferentes tarefas evangelizadoras ocupando-se dos religiosos. Diz o texto:

Religiosos

69. "Os religiosos, por sua vez, têm na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo do seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja, sequiosa do Absoluto de Deus e chamada à santidade. É dessa santidade que dão testemunho. Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das bem-aventuranças. Eles são, enfim, pela sua mesma vida, sinal de uma total disponibilidade para Deus, para a Igreja e para os irmãos. E em tudo isto, portanto, têm os religiosos uma importância especial no quadro de testemunho que, conforme frisamos em precedência, é primordial na evangelização.
Este seu testemunho silencioso, de pobreza e de despojamento, de pureza e de transparência, de entrega para a obediência, pode tornar-se, ao mesmo tempo que uma interpelação para o mundo e para a própria Igreja, uma pregação eloqüente, capaz de tocar o coração mesmo dos não-cristãos de boa vontade, sensíveis a certos valores.
Com uma tal perspectiva, fácil se torna adivinhar o papel desempenhado na evangelização pelos religiosos e pelas religiosas consagrados à oração, ao silêncio, à penitência e o sacrifício. Outros religiosos, em grande número, dedicam-se diretamente ao anúncio de Cristo. A sua ação missionária dependerá, evidentemente, da hierarquia e deve ser coordenada com a pastoral que a mesma hierarquia deseja pôr em prática. Mas, quem é que não avalia a imensa quota-parte com que eles têm contribuído e continuam a contribuir para a evangelização? Graças à sua consagração religiosa, eles são por excelência voluntários e livres para deixar tudo e ir anunciar o Evangelho até as extremidades da terra. Eles são empreendedores, e o seu apostolado é muitas vezes marcado por uma originalidade e por uma feição própria, que lhes granjeiam forçosamente admiração. Depois, eles são generosos: encontram-se com freqüência nos postos de vanguarda da missão e a arrostar com os maiores perigos para a sua saúde e para a sua própria vida. Sim, verdadeiramente a Igreja deve-lhes muito!"

De fato, o texto se conclui, após evidenciar a singular importância dos religiosos na obra da evangelização, reconhecendo, justamente, o quanto a Igreja lhes é devedora.

Amigo ouvinte, por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser. Até lá! (RL)







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