2012-02-28 12:35:48

Deter a violência, não à impunidade: Carta aberta dos cristãos aos líderes indianos


Nova Délhi (RV) – Garantir justiça para todas as vítimas da violência religiosa na Índia e tutelar a paz e a reconciliação: estes são os pedidos contidos numa Carta aberta enviada pela comunidade cristã na Índia aos líderes da nação.

A carta, assinada em nome da comunidade cristã pelo Arcebispo de Nova Délhi, Dom Vincent Concessao, explica que o espírito que impulsiona os cristãos a dirigirem-se veementemente à política é "a caritas, uma força extraordinária que leva as pessoas a se empenharem com coragem e generosidade no campo da justiça e da paz".

Os cristãos notam com preocupação que, desde 1990, segundo estimativas oficiais, mais de 6.000 episódios graves de violência castigaram a nação. "Nos primeiros anos do século 21, se verificaram graves atos de violência coletiva: o primeiro foi contra os muçulmanos em 14 distritos de Gujarat, em fevereiro-março de 2002; o outro foi a violência contra os cristãos no distrito de Kandhamal, em Orissa, em 2008".

O texto recorda que, em Gujarat, 790 muçulmanos foram mortos, 523 locais de culto danificados e 61.000 muçulmanos fugiram de suas casas. Em Orissa, os mortos foram mais de 100 e os refugiados cristãos 56 mil.

"As vítimas de ambos os atos de violência ainda aguardam justiça. Os assassinos permanecem em liberdade, não houve qualquer tipo de reparação", nota o apelo. "A polarização religiosa não é algo bom para a nação. A impunidade da qual gozam os funcionários, os oficiais da polícia e, sobretudo, os políticos de alto nível, ludibria o Estado de direito e a Constituição da Índia", destaca ainda a Carta.

Os cristãos notam com favor "uma tentativa de aprovar novas leis que, se espera, coloquem um freio na violência comunitária e nos crimes de ódio em massa", como o "Communal Violence Bill", proposto no Parlamento em 2011.

O apelo se encerra com pedidos específicos aos líderes da nação: assegurar justiça para as vítimas; colocar fim na impunidade dos líderes políticos e do governo; adotar medidas urgentes e imediatas para garantir que os sobreviventes reconstruam suas vidas; identificar meios para restabelecer a confiança, assegurando que a vida dos atingidos volte à normalidade.

Os cristãos pedem também uma adequada presença das minorias religiosas nas estruturas policiais e nos grupos de inquérito e a rápida adoção da Lei para prevenir e contrastar a violência, “para que ela possa ser eliminada na origem”. (BF/Agência Fides)







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